“Quem não autorizou o pagamento foi o prefeito”, fala presidente de sindicato dos servidores sobre horas extras da Saúde em Jaú

Edenilson em vídeo no sábado 31, já cobrando as horas extras, e durante entrevista ao HORAH Jaú nesta 2.a feira 2: "O prefeito está louco de fazer isso" (FOTOS: Reprodução HoraH)

Se pagamento não for feito até 6.a feira, 5.o dia útil do mês, Edenilson de Almeida sugere que servidores façam paralisações pontuais e deixem de atender pedidos por horas extras na Prefeitura de Jaú

Presidente do Sinfunpaem, o sindicato dos servidores municipais de Jaú, Edenilson de Almeida está indignado com o prefeito Ivan Cassaro (PSD), que não teria permitido o pagamento das horas extras feitas na Saúde. O pagamento do mês saiu na 6.a feira 30, mas as horas extras que estavam previstas nos holerites foram cortadas, gerando revolta dos funcionários da Saúde.

“Quem não autorizou o pagamento foi prefeito. O secretário Dr. Segura assinou todos os pontos na semana passada e entregou no RH. Mas me informaram lá na Secretaria de Governo que o prefeito detectou que passaram de 500 horas extras na Saúde e que o valor estava alto, e simplesmente deu ordem pra não pagar até que o secretário justifique tudo”, disse Edenilson, revoltado com a situação. “Primeiro usou esses servidores e depois viu que foi muita coisa e decidiu não pagar?”, questionou. “Pague e depois discuta”.

Na 5.a feira 29, secretário Dr. Segura já comentava em audiência pública na Câmara que quantidade de horas extras ia subir por causa da falta de funcionários (FOTO: TV Câmara/Reprodução)

Edenilson disse que o problema está na falta de funcionários na Saúde, o que, aliás, foi confirmado pelo próprio secretário em audiência pública de prestação de contas do primeiro quadrimestre de 2025, realizada na última 5.a feira 29, na Câmara. Dr. Segura confirmou que em 2023 havia 804 funcionários na Saúde e, neste ano, são apenas 433. “Isso reflete na quantidade de horas extras que a secretaria e a prefeitura têm que pagar. Então, uma das causas de aumento de horas extras é realmente o número de funcionários que nós temos”, declarou na Câmara.

Mas nada disso adiantou, o pagamento foi cortado e o secretário teria sido “humilhado pelo prefeito”, segundo Edenilson ficou sabendo na prefeitura. “O prefeito está louco de fazer isso. Isso é abuso de poder, uma vergonha para um prefeito que vive batendo no peito falando que tem dinheiro em caixa e não paga as horas extras do trabalhador”, desabafou Edenilson em entrevista ao vivo ao HORAH Jaú nesta 2.a feira 2. “Para cargos de confiança de seis, oito, dez mil reais tem dinheiro, mas para quem realmente trabalha, não? Agora vai gastar uns 4 milhões para encher a barriga de cantores na ExpoJaú, que recebem antes de subir no palco, mas não paga o servidor da Saúde?”.

No próprio sábado 31, Edenilson gravou vídeo para os servidores informando que havia enviado cobranças ao secretário de Governo Carlos Abile e ao prefeito Ivan; agora, fez o mesmo via ofício para, se necessário, ingressar judicialmente cobrando a prefeitura. E prometeu que se o dinheiro das horas extras não sair até 6.a feira, irá convocar assembleia e sugerir aos servidores que façam paralisações pontuais de um dia, dois dias na Saúde, além de se negarem a fazer novas horas extras para atender as necessidades do município.

Até a conclusão dessa matéria a prefeitura nem a secretaria da Saúde haviam emitido sequer uma nota oficial para justificar porque as horas extras não foram pagas, e quando se pretende pagá-las.

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