REAJUSTE ZERO FOI BOLA DENTRO E ENCURRALOU A OPOSIÇÃO – Por Hailton Medeiros

 

Por Hailton Medeiros, editor do HORAHnotícia

Não teve demagogia nem politicagem no reajuste zero para o subsídio do prefeito de Marília, como alegou a oposição. Daniel Alonso manifestou-se publicamente contrário a qualquer reajuste assim que tomou conhecimento do projeto da Mesa da Câmara, no início de março. Ante a decisão da Mesa de votar a matéria em sessão extraordinária na 2ª feira (22), Daniel oficializou pedido para que o subsídio dele não sofresse alteração. E foi atendido – tanto prefeito como vice não tiveram correção salarial.

Quem jogou para a torcida foi a oposição, ao vociferar contra o pedido de Daniel e dizer que ficava em ‘saia justa’: se negasse o reajuste zero, seria pichada pela sociedade; se aprovasse – como aconteceu –, ficaria mal com os servidores que recebem pelo teto salarial, que é o subsídio pago ao prefeito. Teve até vereador dizendo que eram “dezenas, talvez centenas” de servidores nessa situação, mas acabou contrariado no ato: são apenas 13 na Prefeitura e 2 na Câmara, cujos salários permanecerão inalterados neste ano.

O jogo político é assim mesmo. Se Daniel não se opõe à proposta inicial da Câmara, teria o subsídio corrigido em 16% e seria fatalmente massacrado pela oposição. Afinal, onde já se viu um índice desses em tempos de crise econômica? Daniel também rejeitou o índice de 5% concedido aos servidores em geral, como já tinha proposto a Câmara, tendo de protocolar pedido para que o contracheque de prefeito não mudasse. Foi bola dentro, politicamente falando, o que evidentemente encurralou e irritou a oposição.

Oposicionistas que dançam conforme a música à parte, é de ressaltar o reconhecimento do (crítico) vereador Zé Luiz Queiroz. Segundo contas dele, de 1º de janeiro de 2017 até agora a atual Administração subiu o vale-alimentação dos servidores em exatos 188%. Quanto aos 5% sobre salários, disse se tratar de “um aumento representativo” para os dias de hoje, visto que o índice representa custo adicional da folha da Prefeitura de R$ 1 milhão/mês. Ou seja, até quando a vontade é bater, o bom senso precisa prevalecer.