Mais uma vez transferido do SAMU para o Pronto Atendimento do Distrito de Potunduva abruptamente, na véspera do feriado de 1.o de maio, vereador e médico Dr. Paulo de Tarso (Podemos) afirmou: “Isso é retaliação”. É que ele foi autor da proposta e vai presidir a CEI da Saúde, com início marcado para 6.a feira 9, para investigar as contrapartidas da Unoeste para a Prefeitura de Jaú e denúncias de irregularidades na Secretaria da Saúde.
Da tribuna da Câmara na sessão da 2.a feira 5, Dr. Paulo explicou que essa transferência tem custo elevado para a prefeitura: são R$ 15 mil mensais para outro socorrista no SAMU, onde a escala médica é deficitária, e mais R$ 10 mil de um médico para acompanhá-lo no PA Potunduva, visto que não é pediatra. “São R$ 25 mil por mês, o que dá R$ 300 mil por ano. Quantas cirurgias eletivas dava pra fazer com esse dinheiro?” – ponderou.
Porém, o médico afirmou que ao invés de intimidá-lo, essa retaliação política o estimula a ir ainda mais fundo nas investigações da Saúde, porque “mostra que estamos no caminho certo”. Ele disse que a medida “acaba com o princípio da eficiência com economia”, o que levaria qualquer gestor público a ser afastado ou até preso “em qualquer país sério”. A transferência dele não foi assinada pelo secretário da Saúde Dr. Segura nem pelo prefeito Ivan Cassaro; foi feita via ofício do RH da Prefeitura, às 21h da véspera do feriado, quando ele já tinha saído para atendimentos no SAMU.
HISTÓRICO – Dr. Paulo afirmou que tem “qualificação técnica para estar no SAMU”, que, aliás, foi ele que implantou na cidade e foi o primeiro administrador. “Sou cirurgião, fui diretor do pronto socorro e diretor técnico da Santa Casa, diretor de rede da Secretaria da Saúde, diretor do ambulatório de especialidades, tenho curso de urgência/emergência, logística, administração de catástrofes, de suporte avançado de vida em trauma”, enumerou.
Paulo de Tarso e o prefeito Ivan duelam politicamente há anos, desde que o atual vereador disputou a prefeitura e apresentou denúncias à Justiça de abuso do poder econômico e do uso da mídia pelo chefe do Executivo. Ações ainda estão na Justiça, com pedido de condenação e inelegibilidade do prefeito. Desde que assumiu a prefeitura em 2021, Ivan tem sido acusado de perseguir politicamente o adversário com transferências e punições administrativas. Agora, com a CEI da Saúde, as relações entre eles ficaram ainda mais acirradas.
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