O pedido de cassação do mandato do prefeito Abelardo Simões Filho (MDB), o Abelardinho, será votado nos próximos dias em sessão especial convocada pela presidência da Câmara Municipal de Bariri, região de Jaú. O relatório final da Comissão Processante (CP) que apontou quebra de decoro do prefeito na acusação de fraude à licitação da limpeza pública foi aprovado por unanimidade na sessão desta 2.a feira (6). Oficiado pela CP, a presidência da Casa poderá marcar a sessão de cassação em 48 horas.
“Importante a gente analisar a cronologia dos fatos: a denúncia foi aprovada por unanimidade, após a defesa prévia do prefeito a comissão também entendeu por unanimidade que os trabalhos deveriam ter prosseguimento, e, agora, igualmente por unanimidade, os vereadores entenderam que há procedência na denúncia”, analisou o vereador Edcarlos dos Santos, relator da CP. A julgar por isso, admite-se nos bastidores da câmara que antes ainda do feriado do dia 15 ocorra a sessão que decidirá a permanência ou não de Abelardinho no cargo.
“Se o plenário da Câmara decidir pela cassação, ela será imediata e, na mesma sessão, já será dada posse ao vice Fernando Foloni. É protocolar. E também de imediato já se comunica a Justiça Eleitoral da decisão tomada pelos vereadores”, explicou Edcarlos. Durante a sessão de cassação o prefeito ou o advogado dele terá direito de apresentar defesa por 2 horas, o que se dará após os pronunciamentos dos vereadores no plenário.
QUEBRA DE DECORO – “Quero deixar claro mais uma vez que não julgamentos a eventual culpa do prefeito sobre os fatos levantados pelo Ministério Público; a Comissão Processante apenas analisou se a conduta dele foi com a dignidade e decoro do cargo”, esclareceu Edcarlos. A conclusão pela quebra de decoro se deu pela sequência dos fatos denunciados pelos promotores do Gaeco no início de agosto. “A prefeitura sendo saqueada, um desmando total, uma organização criminosa que se instalou dentro da prefeitura, segundo o MP, com destaque para um fato: o Gaeco diz que é necessário fazer um esforço muito grande para não ver a corrupção instalada na prefeitura, com a participação do prefeito”, comentou o relator da CP.
Em entrevista exclusiva ao HORAH, Edcarlos ainda questionou: “O prefeito vendo isso tudo acontecer, se não com a participação dele, o que fez, onde estava enquanto donos de empresas, diretores e pessoas da confiança dele estavam se organizando para fraudar licitações?”. Se Abelardinho teve participação, segundo Edcarlos, “a Justiça é que dirá e ele, neste caso, pagará por isso”. A denúncia do Gaeco cita fraude a licitação e a processos judiciais, coação de testemunha, corrupção passiva com a cobrança de propina entre outros crimes que já levaram à denúncia de sete réus e à prisão de quatro envolvidos.
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