Relaxo total: sem reparos nem vigias, centro comunitário é destruído; até fornos da padaria foram furtados

Salão do centro comunitário, devolvido para a prefeitura em março de 2022, está destruído (FOTO: Arquivo pessoal/Reprodução HoraH)

“Acho que R$ 200 mil não seriam suficientes para comprar todo o patrimônio que foi furtado. Muito triste e lamentável”, desabafou o ex-vereador Ronaldo Formigão, da Associação de Moradores do Jd. Pedro Ometto em Jaú, que em 2022 devolveu o local à Prefeitura

Mais um caso de relaxo do poder público municipal é relatado em Jaú, agora no Centro Comunitário do Jd. Pedro Ometto, zona sul, alvo de uma série de invasões, destruição e furtos que simplesmente arruinaram com o local. “O que no passado prestou importantes serviços para a comunidade, com escolinha de informática, cursos profissionalizantes e uma padaria artesanal, hoje virou um problemão para o bairro. A vizinhança tem medo, está apavorada”, relatou o ex-PM e ex-vereador Ronaldo Formigão, integrante da associação de moradores e amigos do bairro.

Durante cerca de 20 anos o local foi sede do projeto Informatibola, que ensinava futebol e informática para a comunidade; hoje só restou a escolinha de futebol, porque o campo é o único local não vandalizado – ainda. Com base na lei 4242/2008 o centro comunitário foi concedido pela prefeitura para uso da associação, ficando com o poder público apenas parte do salão e do pátio. Em troca da administração e dos funcionários mantidos pela comunidade, a prefeitura custeava a energia elétrica e a segurança do local.

No final de 2020, no governo Rafael Agostini, foi tomada “uma decisão totalmente equivocada de retirar os vigias” do centro comunitário, quando começaram os furtos; “a situação se agravou no começo de 2021”, já na administração atual de Jorge Cassaro, e só piorou daí em diante. “Aos poucos foi tudo vandalizado. Nos últimos dias invadiram a sala onde a gente guardou o que tinha sobrado da entidade, e levaram quase tudo; o que ficou, destruíram”, explicou Formigão.

Formigão já foi vereador e atualmente é suplente: luta em defesa do projeto Informatibola e de segurança para o Jd. Pedro Ometto (FOTO: Reprodução)
O que restou no prédio foi danificado; até fogo colocaram em algumas peças (FOTO: Arquivo pessoal)
O que os vândalos não puderam levar, arrancaram da parede e quebraram (FOTO: Arquivo pessoal)

Ele se refere à fiação elétrica, ao relógio de força, móveis, geladeira, freeser, fogão, fornos da padaria artesanal, computadores e até prateleiras. “Fizeram uma anarquia, triste de ver”, lamentou. “Acho que R$ 200 mil não seriam suficientes para comprar todo o patrimônio que foi furtado ou destruído”, incluindo o que se conseguiu ao longo dos anos em parceria com o Instituto Camargo Corrêa, com a Defensoria Pública e outros. “Infelizmente o poder público virou as contas para a entidade, que não tem condições de manter o prédio da prefeitura sem ajuda”.

Tanto não tem que em 26 de outubro de 2021 o presidente da associação, Laércio da Silva Pupo, mandou ofício à Secretaria da Mobilidade Urbana pedindo reparos no local após onda de vandalismo, mas não foi atendida. Em 16 de março de 2022, a diretoria decidiu devolver o centro comunitário para a prefeitura, que recebeu as chaves, esteve no local, fez fotos, voltou e começou a mexer no forro, mas depois trancou tudo e não voltou nunca mais. A irresponsabilidade e o relaxo do governo Jorge deu no que deu.

Como o campo ainda existe, escolinha de futebol continua funcionando com cerca de 80 crianças (FOTO: Arquivo pessoal)

HORAH – A verdade dos fatos