Retrocesso – SINDICATO QUESTIONA ATENDIMENTOS DA SAÚDE SEM SISTEMA INFORMATIZADO

Secretaria da Saúde não renovou contrato e também não preparou sistema alternativo: problemas à vista (FOTO: Reprodução/Arquivo pessoal)
  • AGENDAMENTOS, CONTROLE CLÍNICO E DE ESTOQUES VOLTAM A SER MANUAIS NA PREFEITURA DE JAÚ
  • EM NOTA, SAÚDE ADMITE SITUAÇÃO, MAS DIZ QUE É ‘TEMPORÁRIA’

Após dar um salto para o passado ao não renovar contrato de gestão de sistemas informatizados sem habilitar outro meio compatível, a prefeitura de Jaú está sendo questionada pelo Sinfunpaem, o sindicato dos funcionários públicos. Em ofício com base na Constituição datado de 6ª feira 29, o presidente Edenilson de Almeida se dirige ao prefeito Ivan Cassaro para saber “como funcionará o atendimento ao público na Saúde” com a retirada do sistema e de todos os computadores até então disponíveis.

Agendamentos de consultas, dados clínicos dos pacientes, estoque de medicamentos, vacinação, rastreamento de informações, indicadores para ações preventivas com diabéticos, hipertensos e gestantes etc. voltaram a ser feitos manualmente. Casos de notificação compulsória como Covid, por exemplo, agora demoram até 40 minutos por paciente. A preocupação do sindicato é também dos servidores, que enviaram mensagens ao HORAH se queixando das péssimas condições de trabalho na atual gestão e que nesta fase, além do retrocesso grotesco, ainda são obrigados a levar caneta própria “porque nem isso a administração fornece”.

Secretária Ana Paula e o prefeito Ivan, responsáveis pelo retrocesso: tudo de volta ao sistema manual (FOTOS: Reprodução HoraH)

HORAH teve acesso a prints de diálogos em grupo de WhatsApp onde foi relatado que a empresa OM30, até então responsável pelo sistema informatizado, “retirou 270 computadores” usados na Saúde e na Educação. Até a emissão de senhas e sinalização dos nomes dos pacientes chamados parou de funcionar nas unidades de saúde e na Farmácia Central. “Estão passando tudo para controle da própria prefeitura, que não dispõe de pessoal (seriam 2 ou 3 no departamento de T.I.) nem de equipamento. Vai parar tudo” – advertiu uma servidora.

Para piorar, em outro print havia o comunicado para os médicos atenderem 4 pacientes por hora. “Reduziram a carga horária do médico, é isso que entendi?” – questionou uma médica. “Se a gente atendendo 16 pacientes (por hora) já tem briga na fila, imagina se reduzir” – acrescentou. Outro profissional alertou que as unidades de saúde “vão lotar e o povo será prejudicado, de novo”. Sem falar que foi comunicada a renovação da cota de ultrassons obstétricos “só para urgência e emergência” e que “exame transvaginal e Doppler não foram contemplados”.

Em nota intitulada Caos na Saúde, o sindicato relatou situações semelhantes durante a semana, concluindo que “se não for revolvido imediatamente, o serviço de saúde entrará em colapso” na cidade. Forçada pela pressão, a prefeitura se manifestou admitindo que não renovou a gestão do sistema informatizado, que a empresa “retirou os equipamentos que estavam cedidos em regime de comodato”, mas que em janeiro foi feita licitação para compra de computadores para a Saúde, “que serão entregues em breve”. Ainda aguarda por 60 deles através de “contrapartida” da faculdade de medicina.

Por fim, a nota ressalta que “não há prejuízo no atendimento para a população, nem perda de dados, já que o sistema de agendamentos e lançamento de informações é próprio da prefeitura”. Admite, no entanto, que “passa por migração, razão pela qual está temporariamente indisponível”, devendo ser “integralmente restabelecido” semana que vem. Quanto ao uso de fichas manuais, a Saúde “informa que elas estão sendo utilizadas até que o sistema informatizado seja restabelecido” pela administração Ivan Cassaro.

HORAH – A VERDADE DOS FATOS