RISCO DA ‘INDÚSTRIA DA MULTA’ FAZ POPULAÇÃO REJEITAR IDEIA DE RADARES

O polêmico radar móvel pode ser adotado pelo governo de Jaú (FOTO: Reprodução web)

PRETENSÃO DO GOVERNO IVAN CASSARO É DURAMENTE CRITICADA EM JAÚ; veja opinião de especialista

 

Ainda é só um estudo, mas o anúncio de que a Secretaria da Mobilidade Urbana de Jaú pretende adquirir radar móvel para controle de velocidade causou revolta na população. As manifestações nas redes sociais contra a medida divulgada pelo secretário Márcio Almeida, que disse ter o aval do prefeito Ivan Cassaro, são as piores possíveis. Não por causa da fiscalização em si, mas pela ausência de estrutura no trânsito e pelo risco de de se criar a temida ‘indústria da multa’ em Jaú.

Ivan e o secretário Márcio Almeida: estudo para usar radares no trânsito de Jaú (FOTO: Reprodução)

Márcio Almeida chegou a afirmar que as pessoas só aprendem quando se “mexe no bolso”, referência clara à aplicação de multas. Diante das reações negativas, declarou que em princípio o caráter será educativo, mesmo sem a Mobilidade Urbana ter empreendido uma só campanha na atual gestão para orientar e educar usuários do sistema viário. “Teremos de andar a cavalo nas ruas, pois só tem buracos, e eles pensando em colocar radares?!”, esbravejou Adriano Teixeira, ouvinte do HORAH na Rádio Piratininga.

Outro que se manifestou foi Eduardo Cabrioli: “Radar para quê? Com esses buracos não dá pra andar a mais do que 25 km/h”. Também ouvinte que se identificou apenas com o primeiro nome, Lúcio, pediu para o secretário cuidar da varrição das ruas, desentupir bueiros e substituir os semáforos (os mais novos são da década de 1980), para só depois pensar em radares. “Sou até favorável aos fixos, mas não aos móveis. Isso é uma piada!”, disparou. “Primeiro é preciso ouvir a população e saber o que ela quer. Acho que no momento a cidade tem outras necessidades”, comentou Marcos César em mensagem de áudio.

Dr. Rosan é jauense, mas ganhou destaque no cenário nacional (FOTO: Reprodução TV Justiça)

Especialista em trânsito, o advogado jauense radicado em São Paulo, Rosan Jesiel Coimbra, falou ao HORAH que é necessário “um estudo técnico dos locais mais críticos, onde há histórico de mortes e lesões nas vítimas”, para se pensar em radares. “O local deve estar muito bem sinalizado e o equipamento não pode ficar atrás de pontes, árvores ou em curvas. No local onde ele estiver sendo operado, também é preciso ter placa fixa indicativa de velocidade”, disse.

Isso tudo está previsto na Resolução 198 do Contran, criada pelo governo federal “para acabar com a indústria da multa e dar ênfase à parte educacional e não repressiva”. Por tudo isso, Rosan acredita que as lombadas eletrônicas sejam mais práticas, “inclusive por causa daqueles portais que mostram a velocidade” com que o veículo passou, revelando-se mais eficiente na redução da velocidade e dos acidentes.

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