A Comissão Processante (CP) aberta na Câmara de Jaú com base em representação de aliado político do prefeito Ivan Cassaro para cassar o mandato de três vereadores por quebra de decoro parlamentar tem parecer final pelo arquivamento. O documento de seis páginas é assinado pelo presidente da CP, Marcos Brasil, pelo relator Chico Quevedo e pelo membro Willian de Oliveira, todos da base aliada ao prefeito. O documento será lido e votado provavelmente na sessão da Câmara de 2.a feira 21.
“O pedido de acesso aos autos da investigação feita por esta Comissão, foi negado pelo Ministério Público”, diz o parecer, confirmando o que se imaginava desde que a CP foi proposta, já que as investigações conduzidas pelos promotores do Gaeco, denominada Operação Terra Roxa, estão sob segredo de Justiça. O caso teve origem no Procedimento de Investigação Criminal (PIC) em andamento na 2.a Vara Criminal do Fórum de Jaú.
Sem acesso às investigações, a CP ficou restrita às acusações feitas pelo coronel da reserva da PM, Airton Troíjo, e às defesas apresentadas pelos vereadores José Carlos Borgo, Luiz Henrique Chupeta e Mateus Turini. Eles foram afastados das funções na Câmara, embora outros cinco parlamentares também tenham sofrido buscas e apreensões por suspeita de envolvimento com grupo econômico do ramo imobiliário, mediante pagamento de valores mensais. Contudo, apesar de já terem deposto, nenhum deles ainda foi sequer indiciado.
Como a representação pedindo a cassação dos três vereadores (todos da oposição e justamente os que mais denunciavam irregularidades na atual administração de Jaú) foi proposta pouco antes das eleições municipais e o parecer pelo arquivamento saiu dia 14, seis dias após o pleito, ficou a impressão de que o objetivo era meramente eleitoreiro – afinal, só um deles foi reeleito. E desde o começo era sabido que a CP não teria como confrontar as palavras do acusador e dos acusados com eventuais fatos já apurados nas investigações.
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