SEM RECEBER SINDICATO, PREFEITO OFERECE 8% E ZERO NO TÍQUETE; vereadores ameaçam trancar pauta na Câmara

Servidores da prefeitura estão protestando na Câmara em busca de apoio para forçar prefeito a atender reivindicação da categoria (FOTO: Reprodução HoraH)

Conforme previsão divulgada por HORAH semana passada, a nova contraproposta de reajuste salarial apresentada pela prefeitura para os servidores foi de 8% e zero no tíquete, hoje em R$ 907 mensais. Considerada “esmola e não reajuste” pelo funcionalismo, a primeira oferta foi de apenas 5%. Os servidores reivindicam 25,40% sobre os salários atuais pagos pela prefeitura de Jaú, sendo 5% de ganho real e o restante de recomposição de perdas inflacionárias do período em que os trabalhadores ficaram sem reajuste.

Outra vez o prefeito Ivan Cassaro não se dignou a receber os representantes do Sinfunpaem, o sindicato dos servidores. Quando eles estavam chegando, Ivan estava de saída alegando que ia “almoçar e jantar” naquele momento, por volta das 16h30 — pela manhã ele esteve em Boraceia acompanhando visita do governador Doria. Nem o secretário de Finanças Wagner Massoco participou da rodada de negociação com o sindicato, que contou somente com o secretário de Governo Paulo Ivo e o chefe de gabinete Rodrigo Ávila.

O novo índice será apresentado aos servidores em assembleia às 19h, no cine municipal. Caberá aos trabalhadores decidir se aceitam os 8% ou se optam pelo estado de greve, situação preparatória para uma greve geral na prefeitura. A repercussão da nova contraproposta entre os trabalhadores foi negativa. “Os secretários insinuaram que a responsabilidade pelos 54,35% de aumento dado aos secretários foi dos vereadores da base e do presidente João Brandão (o projeto foi mesmo de iniciativa da Mesa da Câmara). Então vamos cobrar deles também”, comentou um representante do sindicato, que pediu para não ser identificado até a assembleia.

João Brandão comandou votação do reajuste de 54,35% para secretários em setembro do ano passado (FOTO: Reprodução)

HORAH apurou que o novo índice ficou muito abaixo do que os próprios vereadores da base esperavam, visto que a maioria deles fizeram discursos eloquentes em defesa do prefeito e de reajustes “jamais dados aos servidores” nos governos passados. A ideia em discussão entre eles, ainda extraoficialmente, é de trancar a pauta e não votar nenhum projeto até que a prefeitura mande para a Câmara “uma proposta minimamente decente para os servidores”, comentou um desses vereadores. Se isso acontecer de fato, os vereadores devem se retirar da sessão e barrar a Ordem do Dia.

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