Não tem mais o que esperar: “Ou decide agora, nesta 4ª feira (3), ou começamos a bater os avisos-prévios dos funcionários e paramos daqui a 30 dias”. A afirmação é do empresário José Eduardo Macacari, diretor da empresa de ônibus urbanos Macacari de Jaú. “Não é pressão, é sério. Não aguentamos mais e o prefeito não nos atende para discutir o assunto”, declarou ao HORAH, na tarde desta 3ª feira (2).
ACENO – Durante a entrevista, José Eduardo atendeu ligação do secretário de governo Carlos Augusto Moretto. “Ele marcou pra conversar amanhã. Mas eu já adianto que o único assunto em pauta é o nosso protocolo, feito há quase quatro meses, que expõe a necessidade de um reequilíbrio econômico-financeiro que nos permita continuar operando o transporte coletivo”, disse à reportagem. Há muito tempo a tarifa está em R$ 3,50 e a empresa pede ao menos R$ 4,00. “E a Prefeitura ainda precisa voltar a pagar o passe do deficiente e a integração para o distrito de Potunduva. Só corrigir a tarifa não resolve”, acrescentou.
DEMISSÕES – Antes de receber o HORAH no escritório da empresa, José Eduardo se reuniu com o presidente do Sindicato dos Motoristas, Ezequiel Perobelli. “Ele está preocupado com o emprego dos 290 funcionários diretos que nós temos hoje, e disse que tentaria marcar uma reunião na Prefeitura para ajudar a resolver essa situação”, comentou. “O que estamos passando nesse governo é sério, não se trata de uma simples pressão”, concluiu o empresário.
PREJUÍZO – O prejuízo econômico e social no caso de a Macacari parar de operar não fica só nos empregos diretos. “Acreditamos que umas 900 pessoas, entre fornecedores e prestadores de serviços, seriam afetadas na cidade. Mas não tem outro jeito. Se não tiver acordo, notificamos a Prefeitura e preparamos os avisos-prévios. Depois vendemos tudo, pagamos o que devemos e saímos de cabeça erguida”, desabafou José Eduardo.
BURACOS – O empresário também se queixou do excesso de buracos nas ruas, nos itinerários dos ônibus. Segundo ele, é exagerada a quantidade de veículos quebrados diariamente. “Não é por falta de manutenção. Molas de aço desse diâmetro (mostra com as mãos) quebram seco por causa dos buracos, porque não tem como desviar”, reclamou. Atualmente, a Macacari possui cerca de 70 carros e opera diariamente com 55 a 60 deles, mantendo os demais na reserva ou na manutenção.
CÂMARA – A caótica relação entre a Prefeitura e a empresa, e o risco iminente do caos no transporte coletivo de Jaú, foi denunciada na tribuna da Câmara na sessão da 2ª feira (1). O vereador Tito Coló alertou para os riscos, disse que o prefeito Rafael “não está atendendo” a empresa e nem os vereadores da oposição, mas se colocou à disposição. “Se for preciso, vamos tentar falar com o prefeito. Agora é hora de ajudar a resolver o problema que está aí”, disse ao HORAH.
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