
PRÓXIMA REUNIÃO SERÁ ÀS 16H30 DE 5.a FEIRA E ASSEMBLEIA DOS TRABALHADORES DEVE ACONTECER NO MESMO DIA; vereadores dizem apoiar pedido do sindicato de 25,40%
“Eu escutei a palavra deles (prefeito Ivan Cassaro e secretário de Governo Paulo Ivo), que o funcionalismo público nesse mandato teria o reconhecimento que nos outros não teve, e ainda espero que isso aconteça”, justificou o vereador Jefferson Vieira na tribuna da Câmara, 2.a feira (14). O tom foi bem abaixo daquele usado em setembro do ano passado, ao aprovar 54,35% de aumento nos salários dos secretários municipais e garantir com todas as letras que o índice para os servidores já estava em estudo e iria surpreender. E surpreendeu, mas negativamente: o prefeito ofereceu 5% para o funcionalismo, que pede 20,40% de reposição inflacionária e 5% de ganho real.


O pedido dos servidores foi protocolado na prefeitura dia 26 de janeiro e a contraproposta de Ivan apresentada por ofício na tarde da última 6.a feira, 44 dias depois. No dia anterior, Ivan criou um escudo com 3 secretários para atender o sindicato dos servidores, enquanto dava um ‘passa-moleque’ em todo mundo ao se retirar de fininho do prédio da prefeitura. “Não fechamos as portas para a negociação e vamos acreditar até o último instante que esse índice será melhorado”, disse o sindicalista Edenilson de Almeida. Ontem, na câmara, ele ouviu comentários sobre “8% a 11%” na proposta aguardada para a próxima 5.a feira, 16h30, quando o sindicato participará de nova negociação na prefeitura.
“Iniciou uma conversa. Pode ter certeza que vai ser mais do que esses 5%”, apostou o vereador Lampião, que retornou ao Legislativo para funcionar como uma espécie de porta-voz da administração. Ele sinalizou também que “não é de um dia pro outro” que tudo se acerta. Rodrigo da ONG, outro integrante da base aliada, deixou claro que será “contra qualquer proposta de aumento que não respeite no mínimo a correção inflacionária” — e lembrou que para calcular o reajuste dos secretários a prefeitura usou o IPCA, para os servidores o INPC, “que é o menor”. Fábio Souza observou que “muita gente na prefeitura ganha menos do que um salário mínimo” e complementa renda com o tíquete de R$ 900: “Isso não é justo”.


Diante de um quadro tão explícito de predileção por secretários em detrimento dos trabalhadores em geral, a oposição deitou e rolou na sessão. Luizinho Andreto exibiu no telão vídeo de campanha do prefeito prometendo “valorizar cada vez mais os funcionários para que eles trabalhem felizes, porque funcionário feliz o rendimento é outro”. Na sequência falou do superávit milionário nas contas da prefeitura, nos 3 anos que os servidores estão sem correção salarial, que mais de 62% dos funcionários públicos ganham menos do que R$ 3 mil por mês, e concluiu: “54% para secretários e a esmola de 5% para os servidores?”. Na mesma linha, Chupeta disse que “isso é esmola, não é reajuste”.
Por fim, Mateus Turini voltou a exibir números oficiais provando que a arrecadação aumentou e a despesa com pessoal foi diminuída pela gestão Ivan Cassaro. “A LDO (Lei das Diretrizes Orçamentárias) do ano passado trazia despesas com pessoal de R$ 179 milhões, aí teve arrecadação maior, ela teve de ser atualizada e retiraram R$ 2 milhões. Qual a lógica? Não faz sentido ter aumentado a arrecadação e tirar R$ 2 milhões de despesa com pessoal” — disse. Todos os demais vereadores que se pronunciaram hipotecaram apoio aos servidores, que compareceram e protestaram com cartazes na sessão da Câmara.
HORAH – A verdade dos fatos