DOS BAILES MEMORÁVEIS E EVENTOS CULTURAIS QUE EMBALARAM GERAÇÕES AO DESCASO TOTAL: CLUBE NO CENTRO DE JAÚ ESTÁ IRRECONHECÍVEL 4 ANOS DEPOIS
Sem fiação elétrica, cabos, hidrantes, torneiras e qualquer tipo de iluminação, alarme e segurança, o AERO Clube de Jaú está irreconhecível, tamanha a destruição interna e os reflexos dela externamente, também. Portas foram arrebentadas, parte do forro já caiu e a cobertura está cheia de infiltrações. Retomado pelo Poder Público após 16 anos de uma batalha judicial ferrenha, o clube mais centralizado da cidade, em frente ao lendário e centenário Jardim de Baixo, encontra-se em ruínas após sofrer sucessivas invasões e furtos. Pois nem assim a prefeitura possui um plano pré-elaborado para recuperar o patrimônio público e devolvê-lo para o uso da população. O AERO segue no esquecimento.
A retomada se efetivou em 8 de março de 2018, portanto há pouco mais de 4 anos. Antes administrado por uma associação, por décadas o clube foi bem cuidado, apresentava-se impecável, recebia bailes, shows, festas de carnaval em que duas bandas se apresentavam em palcos distintos na mesma noite, eventos culturais, palestras, cursos etc., ostentando ainda o fato de ser o único da cidade com alvará do Corpo de Bombeiros. Grandes artistas se apresentaram no AERO, feiras comerciais foram realizadas e, quando se tratava de evento de iniciativa da prefeitura, não havia custo algum.
“O prédio é um dos principais patrimônios da cultura de Jaú. Inúmeras gerações acompanharam eventos importantes no local”, disse o prefeito da época da retomada do AERO, Rafael Agostini, em nota distribuída pela prefeitura. “Inicialmente, o espaço servirá para sediar atrações culturais, educacionais e palestras”, acrescentou, dizendo que retomar o clube era como “virar uma página histórica” da cidade. Porém, nada disso aconteceu nos dois anos derradeiros do segundo mandato dele e continua do mesmo jeito nos 18 meses da administração Ivan Cassaro.
Nesses 4 anos foram muitas as sugestões do que fazer com o AERO: demolir para implantar o Parque Linear do Rio Jaú (uma sequência do que se vê no Parque do Rio Jaú na Av. Dr. Quinzinho); instalar ali as secretarias municipais (para centralizar serviços e economizar com aluguéis); ou de fazer lá a nova sede da Câmara Municipal. Ao menos por enquanto, sem qualquer projeto nem atenção das autoridades municipais, o patrimônio público que tanto representou no passado continua pedindo socorro.
HORAH – A VERDADE DOS FATOS