Relatório de nove páginas da Comissão de Assuntos Relevantes da Câmara de Bariri, região de Jaú, concluiu que o encanador Adelson Aparecido Bertoldo morreu soterrado em 31 de julho deste ano por falta de equipamento de segurança, dentre outras falhas. Ele era servidor do Saemba, o serviço de água e esgoto do município, e naquela ocasião trabalhava dentro de uma valeta para expansão de rede de esgoto, quando os barrancos laterais soterraram. Adelson tinha 56 anos.
As apurações da câmara levaram cerca de 100 dias e as conclusões são muito semelhantes àquelas apresentadas também no inquérito da Polícia Civil. Em resumo, que houve falha na execução do serviço e que faltou escoramento dos barrancos. O relatório da câmara cita ainda que os serviços não eram fiscalizados por profissional qualificado tecnicamente; que não houve uso de equipamentos de proteção individuais (EPIs) adequados; que não tinha dispositivos de sinalização de segurança ou barreira de proteção para impedir acesso de pessoas ao local etc.
A comissão que investigou a morte de Adelson foi presidida pelo vereador Leandro Gonzalez, com participação de Edcarlos dos Santos e Myrella Soares. O relatório foi aprovado por todos os vereadores. Em determinado trecho, o documento diz: “Além das normas regulamentadoras desrespeitadas durante a obra, surpreendentemente nem as orientações encaminhadas pela Cetesb foram respeitadas”; e ainda sugeriu “a existência de um despreparo técnico e administrativo” do então superintendente do Saemba, Eder Cassiola, recentemente exonerado.
A conclusão a que se chegou foi que o encanador, que estava próximo da aposentadoria, trabalhava dentro de uma valeta com “três a quatro metros de profundidade”, e que o desmoronamento lateral jogou sobre ele quantidade de terra com peso aproximado de uma tonelada. O documento será agora enviado também ao Ministério Público (MP), Ministério Público do Trabalho (MPT) e outros órgãos de fiscalização.
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