NEM DATA EM QUE TESTES FORAM ‘ENCONTRADOS’ FOI INFORMADA; pior foi a justificativa encaminhada ao vereador Luizinho Andretto
Respostas evasivas a requerimento da Câmara sobre os 11.950 testes para Covid-19 ‘encontrados’ no NGA de Jaú em 14/1, reacenderam polêmica sobre o assunto. “É inacreditável!”, reagiu Luizinho Andretto, um dos autores do requerimento à Secretaria da Saúde ao ler resposta sobre a data exata em que os testes foram localizados: “Considerando que a pergunta é direcionada, especificamente, ao ex-secretário Sr. Rodrigo de Callis Brandão, não é possível precisar a data, à medida que ele não faz mais parte do quadro desta Secretaria”.
Brandão deixou a pasta em 16/3, mas em entrevista exclusiva ao HORAH, 10 dias antes, confirmou a localização dos testes em 14/1 e que passaram a ser usados em 9/2. Sobre os motivos de a Prefeitura mandar projeto de lei de urgência à Câmara, em 8/2, para aprovar convênio com a Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Araraquara para compra de testes para Jaú, e retira-lo no dia seguinte, a resposta chegou a ser engraçada: “(…) uma coisa (descoberta de testes) não tem nada a ver com a outra (convênio com Araraquara)”.
Curiosamente, o projeto foi retirado pelo prefeito Ivan Cassaro no dia em que, segundo o ex-secretário Brandão, os testes começaram a ser usados. Mas o uso se revela lento demais para procedimentos que, segundo a secretária atual, Ana Paula Rodrigues, têm “validade até 07/2021”. Até 6/3, Brandão informou que haviam sido aplicados 363 dos 11.950 testes mandados gratuitamente à cidade pelo Instituto Butantan; até 23/3, Ana Paula contabilizou 487 – ou seja, 124 testes usados em 17 dias, média de 7,29 ao dia.
“Estamos preocupados, porque tudo indica que a maioria desses testes, em torno de 9 mil unidades, vai perder a validade e não será usada”, comentou Andretto, que pretendia abordar o assunto na sessão da Câmara desta 2ª feira (12). O requerimento à Saúde foi subscrito pelo vereador José Carlos Borgo, que, tal qual Andretto, não integra a base aliada a Ivan na Câmara. “Pelas informações desencontradas, percebo que a Saúde está perdida”, concluiu Andretto.
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