
Interventores dizem que se credores não aceitarem plano de recuperação, Bariri vai ficar sem hospital
Interventores da Santa Casa de Bariri, região de Jaú, ingressaram com pedido de insolvência da entidade, que já foi encaminhado para manifestação do Ministério Público. “Estamos pedindo em caráter liminar a suspensão de todas as ações e execuções contra a Santa Casa e que o juiz determine a liberação de todos os ativos financeiros bloqueados”, explicou o diretor jurídico da entidade, advogado César Augusto Carra. O anúncio foi feito na tarde desta 2ª feira (9), com a presença do prefeito Neto Leoni.

“Com a insolvência, estamos pedindo um voto de confiança. O destino da Santa Casa cabe, primeiro, ao juiz; e, segundo, aos credores”, acrescentou Carra. “Se os credores não aceitarem um plano de recuperação financeira que devemos apresentar em seis meses, não temos dúvida em dizer que não terá mais o que fazer e a Santa Casa vai fechar”. A equipe interventora pretende audiência com o juiz amanhã (10), para expor a urgência da medida e justificar que se trata “da única alternativa viável” encontrada para salvar o hospital, que tem passivo de R$ 88 milhões.

O prefeito disse que “o primeiro ato de salvamento da Santa Casa foi a intervenção, determinada dia 10 de setembro de 2018”. Ela já sofreu duas prorrogações de 6 meses cada. Desde então, a Prefeitura vem destinando R$ 400 mil/mês, recursos considerados suficientes para manter o Pronto Socorro, “que é a obrigação da Prefeitura”. Porém, “os 200 e poucos mil mensais que vêm do SUS e são repassados pelo Município, não são suficientes para manter o restante funcionando”, explanou Neto Leoni para justificar o pedido de insolvência.

A crise enfrentada pelo hospital, segundo os interventores, foi gerada pela administração anterior da Santa Casa. Além do déficit mensal, há o passivo deixado por ela, “que nos amedrontou”, disse o médico-interventor Marco Antônio Gallo. De acordo com ele, da intervenção em diante foi possível “tocar o hospital” com dificuldade extrema, “pois todas as contas estão bloqueadas”, mas com alguns avanços. Dentre eles, citou que os pagamentos dos trabalhadores já não atrasam mais e que houve composição com a Prefeitura para acertar o 13º salário. Agora falta a recuperação da instituição, o que passa pela insolvência proposta judicialmente.
HORAH – Você sabe das coisas