VEREADOR DEFENDE ‘BORRACHADA’ CONTRA MORADORES DE RUA E BRIGA COM COLEGAS NA CÂMARA

Moretti, quando defendeu "borrachada" em morador de rua (FOTO: Reprodução TV Câmara)

PRESIDENTE PEDE DIÁLOGO PARA CONTER OS ÂNIMOS, MAS CLIMA É CADA VEZ MAIS TENSO

 

Preocupado com a tensão crescente entre alguns vereadores, provocações, troca de insultos e até ameaças de agressões físicas que tiveram de ser contidas por colegas, o presidente João Brandão pretende chama-los para conversar. “Já temos problemas de sobra, problemas entre situação e oposição, então não é possível que continue assim. Eu pretendo falar com eles e tentar buscar o entendimento, porque é dando o respeito que a gente será respeitado”, resumiu.

João Brandão falava com o HORAH sobre divergências acaloradas nas sessões da Câmara, xingamentos aos gritos e quase vias de fato entre colegas na manhã desta 3ª feira (3), durante reunião informal sobre o projeto de extinção do Instituto de Previdência do Município (IPMJ), sem saber que naquele exato instante acontecia outro conflito entre vereadores. Tal qual havia ocorrido cedo, de novo dois parlamentares tiveram de ser apartados.

“Estávamos conversando, quando um vereador foi falar do outro, que reagiu, e se alteraram demais. Foi tão alto o barulho que fizeram, acho que até quem estava do lado de fora do prédio, na calçada, ouviu”, comentou o presidente sobre o episódio da manhã. “Prefiro não falar em nomes, mas quem acompanha as sessões sabe quem são eles”. Segundo apurou HORAH, Maurílio Moretti, Tito Coló e José Carlos Borgo divergiram em meio a insultos e palavrões, até que o primeiro se retirasse do recinto.

Tito Coló também discutiu e quase saiu no braço com Moretti (Foto: Reprodução)
Borgo é alvo de representação de Moretti à Comissão de Ética: palavras chulas (Foto: Reprodução)
Rodrigo de Paula discutiu com Moretti por causa dos moradores de rua (Foto: CMJ/Reprodução)

À tarde, Moretti se desentendeu com Rodrigo de Paula, líder do governo na Câmara, o que também acabou em gritos e quase vias de fato. Dessa vez o assunto foi o pronunciamento de Moretti na sessão da 2ª feira (2), recomendando que moradores de rua sejam tratados “na borrachada” (menção ao uso de chicote). “A polícia tem que agir e descer a borracha. Se a cidade não tratasse das pessoas de rua, eu fico quieto; mas quem fica de madrugada vadiando, tem que resolver na borrachada”, disse.

Ao HORAH, Rodrigo narrou outros atritos anteriores com o mesmo vereador e, nesse último caso, pontuou que “não se resolve problema nenhum com violência, ainda mais quando envolve pessoas em situação de rua”. Ele lamentou o episódio e a falta de condições para dialogar com Moretti, mas disse que se esforça para “por fim às divergências”. “Não vejo problema algum em me desculpar e seguir o nosso trabalho, porque é isso o que a população espera de nós”, concluiu.

Recentemente, Moretti atacou a imprensa e alguns profissionais em particular, expôs rompimento velado do prefeito Ivan Cassaro com o vice Tuco Bauab, se autointitulou “caçador de bandido” e disse que quem o critica “é só gente ruim”. Moretti também foi censurado pelo próprio companheiro de partido, vereador Marcos Brasil (PSL), que negou defende-lo no episódio da indicação do ex-secretário da Cultura Ton Borges, por não ter honrado compromisso entre eles. Ontem, anunciou representação contra Borgo à Comissão de Ética da Câmara por uso de “palavras chulas” contra ele e falou das ‘borrachadas’.

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