MATEUS TURINI E OUTROS DOIS VEREADORES PEDEM INFORMAÇÕES DIRETAMENTE A IVAN CASSARO; vídeo editado para enaltecer prefeito reforçou suspeitas e agravou relações
Chamado de grotesco pelo vereador Mateus Turini (PDT), vídeo de 5 minutos e 24 segundos extraído de reunião de mais de 2 horas entre o prefeito Ivan Cassaro, representantes da Águas de Jahu e vereadores no dia 6, continua repercutindo – negativamente. Só falas do prefeito aparecem no vídeo entregue à mídia, além do momento polêmico em que Ivan pede que levantassem a mão aqueles que pretendem o rompimento do contrato de concessão da água em Jaú, em vigor há 6 anos e com duração de mais 29.
Elaborado por Mateus com apoio dos oposicionistas José Carlos Borgo (PDT) e Luizinho Andretto (Republicanos), requerimento (VEJA no final da matéria) protocolado no gabinete questiona quem filmou a reunião, qual a ligação da pessoa com a Prefeitura, onde está a íntegra do vídeo – e pede cópia dela –, quem convocou a reunião, os temas em discussão e os convidados. “Eu estava lá e sei a maioria das respostas, mas preciso documenta-las para que tenham valor”, esclarece Mateus. Ele estranha inclusive a convocação feita por grupo de WhatsApp dos 17 vereadores, ressaltando em letras maiúsculas que se tratava de “reunião exclusiva para vereadores” – nem assessores podiam ir, destaca, contestando ‘nota oficial da Secretaria da Comunicação, dizendo que era aberta ao público’.
Dentro desse contexto a imprensa também ficou de fora, “mas autorizaram a presença daquela pessoa que fez a gravação para – está escancarado para quem quiser enxergar – manipulação e uso das imagens” conforme interesse de alguém. Mateus confirmou que chegou a discutir ‘asperamente’ com o prefeito porque pretendia debater “incongruências que acho que tem entre o contrato e as normas técnicas, para, aí sim, apoiarmos uma ruptura do contrato em prol da população”. Ele teria sido “abruptamente interrompido” por Ivan, que pediu que os favoráveis a esse rompimento levantassem a mão – o que aparece no vídeo mandado à mídia.
“Não levantei a mão mesmo, porque não iria a uma reunião dessa importância só para um movimento de braço”, disse o vereador. “Eu fui o propositor dos caminhos para ruptura do contrato dentro de uma lógica, não com acenar de mãos. (…) Tanto eu quanto o prefeito fomos eleitos pela primeira vez e recebemos o Poder Público com determinados contratos. Precisamos ter cuidado para não comprometer a continuidade dos serviços públicos (….), mas esse contrato não pode dar autonomia à concessionária para cometer abusos”. Ele cobrou posicionamento também da agência reguladora Saemja, a quem cabe fiscalizar a concessão.
Mateus tem a nítida impressão de que a manobra do prefeito foi para colocar alguns vereadores contra a população. “O sr. que fez a gravação, impossível não ter sido percebido pelo hall de acesso ao salão nobre. Óbvio que foi autorizado a fazer a gravação. (…) Não posso afirmar que os cortes foram feitos com orientação do prefeito, mas intuo que existe a instalação de um gabinete do ódio para manipular informações e causar tumulto nas redes sociais. Isso posso afirmar com total clareza. Não sei se a mando ou sob administração do prefeito, mas que tem esse gabinete do ódio, tem, muito amador, muito primitivo. Isso não tenho dúvida”.
HORAH – A verdade dos fatos
