VEREADORES DECIDEM OBSTRUIR VOTAÇÃO DE REAJUSTE QUE NÃO ATENDA SERVIDORES

Na 6.a feira (18), vereadores e sindicato discutiram ações para ajudar na negociação salarial dos servidores (FOTO: Reprodução/Ass.Impr. Câmara)

ÍNDICE MÍNIMO ‘ACEITÁVEL’ PARA REPOR INFLAÇÃO PASSA DOS 17%; prazo de negociação foi fixado até 4/4

O sindicato dos servidores já protocolou na prefeitura a rejeição da 2ª contraproposta de reajuste salarial de 8% e, em regime de urgência, solicitou agendamento de nova rodada de negociação. Decisão foi tomada em assembleia na noite de ontem (17), no cine municipal. Segunda-feira (21), o sindicato deve protocolar também o estado de greve definido pelos servidores – que legalmente passa a contar depois de 72 horas.

Ontem, servidores recusaram 8% da nova contraproposta de Ivan (FOTO: Reprodução HoraH)

Nesta 6ª feira (18), o sindicato ganhou o apoio da Câmara em reunião marcada pelo presidente João Brandão. “Os vereadores empenharam apoio verbal aos servidores e vão fortalecer as negociações do sindicato junto ao Executivo. Também vamos fazer uma Moção de Apelo ao prefeito. Mas o que mais foi discutido é a obstrução de qualquer tentativa do prefeito de aprovar um reajuste a toque de caixa”, comentou o vereador Mateus Turini ao deixar a reunião. Também foi dado prazo até 4 de abril para concluir as negociações.

Segundo ele, “o mínimo irredutível que poderá ser aceito pelos trabalhadores é a inflação do período, que está dando um pouco mais de 17%” – mais que o dobro do 2º índice oferecido pelo governo. Por outro lado, a tentativa do secretário de Governo Paulo Ivo e do chefe de gabinete Rodrigo Ávila de jogar no presidente da Câmara e nos vereadores da base a responsabilidade pelo reajuste de 54,35% para os secretários, índice sempre lembrado para cobrar um percentual melhor para os servidores, também pegou mal.

“O João Brandão sabe disso. Antes da reunião os vereadores comentaram que foi uma canalhice enorme com o presidente, porque nós vimos a pressão do prefeito e dos próprios secretários, ameaçando deixar suas pastas se o reajuste não fosse proposto. Dizer que não tiveram nada a ver com isso foi uma palhaçada sem fim”, desabafou Mateus. O combinado, então, é obstruir a votação de um reajuste que não seja consensual, o que poderá ser feito pelo próprio presidente ao não colocar o assunto na pauta. “E se ele pautar, já sabe que não vai ter quórum, que os vereadores vão se retirar do plenário”, concluiu.

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