Dezesseis dos 17 vereadores à Câmara de Jaú assinaram requerimento ao prefeito Ivan Cassaro por prazo de 100 dias para os comerciantes do Ceasinha desocuparem o local, ao invés dos 30 dias dados àqueles cujos barracões já foram interditados e demolidos. O entreposto de hortifrutis funciona no mesmo lugar há 52 anos, em frente à Faculdade de Direito da Fundação, mas provavelmente para doar a área ao Senai para construção de um teatro, de uma hora para a outra o prefeito decidiu desalojá-los, sem, entretanto, indicar outro lugar para se instalarem.



“Na campanha eleitoral de 2020 o prefeito veio aqui e prometeu que ia levar a gente para o antigo DER, onde faria os boxes bonitinhos pra gente continuar trabalhando. Nós acreditamos e votamos nele, mas não fez nada disso. Agora, mais de quatro anos depois, vem essa ordem pra gente sair daqui em 30 dias. Para onde nós vamos?”, queixou-se o comerciante Vardo Vieira, dono de trailer no Ceasinha há 20 anos. Os demais comerciantes e funcionários do local, que são mais de 80 pessoas, estão na mesma situação e, claro, revoltados. Na sessão da Câmara de hoje eles protestaram com cartazes.
“Se o banheiro da Rodoviária faz mais de ano e o sr. não conseguiu terminar, o sr. quer que eles saiam do Ceasinha em 30 dias? Isso não é justo. E se saírem de lá, acaba o Ceasinha”, comentou o vereador Fábio de Souza na tribuna, em defesa dos comerciantes. “Se em quatro anos o sr. não cumpriu o que prometeu para os comerciantes, está dando 30 dias para eles saírem? Não é correto. Existe algum caviar embaixo desse angu. Algo politicamente maior, em troca do flagelo de 80 famílias que dependem de lá para sobreviver”, acrescentou Dr. Paulo de Tarso, também na tribuna.
Intitulando-se ‘porta-voz do governo’ na Câmara, vereador Lampião garantiu que vai levar o assunto diretamente ao prefeito. “Como que quer mexer com eles em 30 dias, sendo que o dever de casa não faz em seis meses, um ano?”, questionou, referindo-se à antiga sede da associação dos diabéticos, demolida na Praça do Parquinho e largada pela administração. O presidente da Câmara Jé Vieira, que tem parente no Ceasinha, garantiu: “Sei que é irreversível (tirar o Ceasinha do lugar), mas o prazo que vocês estão querendo, vocês vão ter”.
Daniela Rodrigueiro leu requerimento conjunto de 16 vereadores (só João Pacheco não assinou) citando notificação da Prefeitura para comerciantes deixarem o Ceasinha em 30 dias e solicitando “suspensão da ordem de desocupação pelo prazo mínimo de 100 dias, inicialmente, e imediata designação de audiência com os comerciantes”. Segundo ela, o documento será entregue em mãos ao prefeito na manhã desta 3.a feira 27, devidamente protocolado e com cópia.


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