Na Câmara desde junho/23 e em regime de urgência a partir de setembro, travando a pauta e impedindo a votação de qualquer outro projeto por mais de uma dezena de sessões, finalmente a autorização para a concessão dos serviços de água e esgoto de Bauru foi aprovada. Já era madrugada desta 3.a feira 14, quando o chamado PL do Esgoto recebeu 8 votos favoráveis; o tempo todo a oposição se recusou a votar, seja nos pareceres das emendas ou no projeto em si, alegando não reconhecer o rito processual por causa de tantas ilegalidades na condução dos trabalhos.
Comandada em muitas ações por Renato Purini, com quem o presidente Jr Rodrigues se consultava por meio de troca de olhares e gestos de concordância ou não, a base aliada não se intimidou com a estridente plateia contrária à concessão e com as ponderações dos oposicionistas. Invocando o Código de Processo Penal, Eduardo Borgo chegou a dar voz de prisão ao presidente da Casa, que respondeu na mesma moeda, até que a troca de gritos acabou em B.O. registrado imediatamente na polícia por Borgo, que promete levar o caso à Justiça.
Na tentativa de interromper a sessão, Chiara Ranieri estilhaçou um copo d’água no chão do plenário, exigindo que a presidência suspendesse os trabalhos para limpeza do local. Várias outras suspensões temporárias ocorreram, inclusive no início da madrugada, quando a prorrogação dos trabalhos foi questionada por José Roberto Segalla; em todas elas, porém, a Mesa Diretora se consultava com o contestado jurídico da Casa e voltava ao plenário.
Por fim, o PL do Esgoto foi aprovado por Edson Miguel, Beto Móveis, Milton Sardin, Markinho Souza, Marcelo Afonso, Júlio César, Fabiano Mariano e Renato Purini, sem necessidade portanto do voto do presidente; a oposição se recusou a votar e garantiu que vai judicializar a decisão. Ao menos em princípio, a prefeita Suéllen Rosim está autorizada a fazer a concessão do DAE à iniciativa privada por 30 anos e por mais de R$ 3 bilhões. Enquanto o governo diz que vai equacionar de vez o tratamento do esgoto (nos próximos 4 anos) e a drenagem da av. Nações (em 7 anos), a oposição teme que o custo elevado impulsione as contas de água e esgoto a níveis estratosféricos para o consumidor.
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