Integrantes da administração tentam mostrar que prefeito conseguiu Ambulatório Médico de Especialidades para Jaú, mas a realidade é bem diferente e não há nada definido, ainda
‘Contra fatos não há argumentos’. O ditado popular basta para desmontar a ‘estória’ contada por aliados e integrantes da administração, de que o prefeito Ivan Cassaro conseguiu o tão desejado AME (Ambulatório Médico de Especialidades) para Jaú. Apoiados em despacho do vice-governador Felício Ramuth aprovando a transferência para o Estado de terreno destinado a “um AME”, assessores comissionados e ao menos um vereador passaram a afirmar que o ambulatório será realidade.
“A AME já está com o terreno certo onde vai ser. A AME será uma realidade em Jaú”, discursou o vereador Tito Coló na Câmara, na última 2.a feira 20. Ele e os comissionados só não falaram que a doação do terreno foi feita há 5 anos, em 23 de abril de 2019, conforme a matrícula nº 72.460 registrada no 1º Oficial de Registro de Imóveis de Jaú. Ou seja, o despacho do vice-governador no dia 16 deste mês não passou de mais um capítulo da ‘novela’ do AME de Jaú.
O terreno tem 4.542,53 m2, fica na rua Maria Conceição Quinelli Serra, s/n, Chácara Auler, ao lado de outra área pública doada para construção da nova sede da Câmara Municipal. Ex-vereador e ex-secretário municipal da Saúde, Wagner Brasil confirmou ao HORAH que a indicação do terreno para um AME foi feita por ele, no governo do ex-prefeito Rafael Agostini, aliado político do atual prefeito Ivan, que acolheu diversos ex-assessores e secretários da administração passada.
Em Jaú no dia 14 para evento que reuniu prefeitos do Consórcio Intermunicipal Tietê-Paraná, o vice-governador falou que “o AME ‘tá’ sendo estudado pra regionalização”, que é preciso “tomar muito cuidado com os compromissos que são feitos pra sociedade civil” e, enfatizou: “A gente tem uma responsabilidade muito grande em não alimentar expectativas que não sejam concretas”. Felício Ramuth simplesmente desautorizou perguntas insistentes sobre a vinda do AME ainda neste ano para a cidade.
A polêmica criada em cima do assunto se justifica pela necessidade diária que o município tem de transportar pacientes para atendimentos de especialidades no AME de Botucatu, principalmente. “Jaú chegou a ter 45 médicos de especialidades e hoje só tem dois”, explicou o ex-vereador Fábio Dornelles em recente entrevista ao HORAH, motivo pelo qual os pacientes vivem na estrada. “A cidade que já foi referência nos atendimentos de saúde, hoje depende das outras”, concluiu.
Tudo isso deixa evidente a tentativa de criar fatos para serem usados eleitoralmente na disputa da Prefeitura em outubro deste ano. Em cima de um despacho que não passa de mera formalidade para consumar uma doação feita há 5 anos, podem surgir enxurradas de pedidos de votos por um novo mandato para, aí sim, tentar efetivar o ambulatório médico para Jaú. Mesmo sabendo que isso ainda será decidido tecnicamente pelas diretorias regionais de saúde (DRSs) envolvidas.
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