Atos de 8/1: mototaxista de Marília é condenado pelo STF a 14 anos de prisão

Rodrigo, de costas e envolvido por bandeiras do Brasil, ao ser abordado por policiais no Palácio do Planalto em 8/1 (FOTO: Portal Bureau de Comunicação/Brasília-DF)

O mototaxista Rodrigo Freitas Ramalho, que é morador de Marília, casado e pai de dois filhos, foi condenado a 14 anos de prisão em regime fechado por envolvimento nos atos considerados golpistas de 8 de janeiro de 2023, na Praça dos Três Poderes, em Brasília. A sentença do Supremo Tribunal Federal (STF) saiu após julgamento iniciado em 19/4 e concluído dia 27, após os votos dos ministros.

Rodrigo permaneceu num presídio por 7 meses após ser preso em 8/1 dentro do Palácio do Planalto, e colocado em liberdade condicional, com uso de tornozeleira eletrônica, enquanto ocorria o julgamento. O relator do caso dele foi o ministro Alexandre de Moraes, seguido pelos ministros Dias Toffoli, Flávio Dino, Gilmar Mendes, Luiz Fuz e Carmem Lúcia; votaram com ressalvas também os ministros Cristiano Zanin e Edson Fachin, que defenderam pena menor para Rodrigo.

Diante dos fatos, assim que a decisão do STF transitar em julgado, não havendo mais possibilidade de qualquer apelação, ele deve voltar para a prisão e cumprir a sentença. Atualmente, Rodrigo evita comentar o caso por medo de novas represálias, mas ao portal Bureau de Comunicação, de Brasília, logo após ser solto, ele disse que nunca cometeu crime algum e que não quer voltar para o presídio; que estava insatisfeito com o resultado das eleições presidenciais de 2022, passou a acompanhar o ‘QG dos Patriotas’ em frente ao Tiro de Guerra de Marília, na zona norte, e, influenciado por outras pessoas, decidiu participar das manifestações em Brasília.

Aos olhos do STF, porém, tal qual outros manifestantes que destruíram arquivos, documentos, mobília, obras de arte e instalações da Praça dos Três Poderes, o mototaxista teve envolvimento com crimes de tentativa de abolição do estado democrático de direito, golpe de Estado, dano qualificado, deterioração de patrimônio público tombado e associação criminosa.

Na vida pessoal, Rodrigo vivo outro drama. Ele é casado com Viviane e tem dois filhos, e todos sofrem com a doença popularmente chamada de ‘ossos de vidro’, que é rara, genética e leva a fraturas pelo corpo ao menor esforço, causando deformações. O mototaxista está com as contas bloqueadas desde a prisão e tem dificuldades para manter a casa e as contas. Essa situação foi ponderada até mesmo pelo deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) em março/23, ao se pronunciar sobre a família, afirmar que Rodrigo não promoveu nenhum quebra-quebra em 8/1 e que estava sendo vítima de uma injustiça.

(c/ informações do portal Bureau de Comunicação e site Marília Notícias)

Rodrigo e a família, que sofre com a doença rara popularmente chamada ‘ossos de vidro’ (FOTO: Bureau de Comunicação – Arquivo pessoal/Reprodução)

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