O misterioso crime envolvendo o desaparecimento da secretária-executiva da APAE Bauru está desvendado. Investigações da Polícia Civil, evidências e depoimentos levaram à conclusão de que Claudia Lobo foi morta a tiro e teve o corpo queimado por ao menos 4 dias, como resultado de uma disputa por poder e dinheiro dentro da instituição. Os envolvidos diretamente no crime são o presidente afastado e preso desde o dia 15, Roberto Franceschetti Filho, e o funcionário contratado por ele em janeiro deste ano, Dilomar Batista.
Claudia desapareceu no dia 6, depois de deixar a APAE no meio da tarde levando apenas um envelope nas mãos. Há imagens dela se encontrando com Roberto e, mais tarde, dele deixando o banco traseiro da GM Spin que Claudia dirigia e onde foi morta com tiro de pistola calibre 380, arma apreendida na casa do então presidente; no banco havia também manchas de sangue.
Ouvido pela polícia, Dilomar acabou confessando que foi chamado e ameaçado por Roberto para ajudá-lo a dar fim no corpo de Claudia. Como eles já haviam queimado documentos da APAE algumas vezes em uma área rural às margens da rodovia Bauru-Arealva, o corpo teria sido levado para lá e carbonizado por dias. Como há registro de sinal do celular de Roberto naquele local no dia do desaparecimento de Claudia, as buscas se concentraram no local, onde foram encontrados fragmentos ósseos humanos e a armação dos óculos usados pela secretária.
As informações foram todas juntadas num quebra-cabeças e divulgadas pela Polícia Civil na sede do DEIC Bauru nesta 2.a feira 26. O delegado responsável pelas investigações, Cledson do Nascimento, disse que Claudia foi morta por disputa de poder e desvio de verbas da APAE. Outro componente importante nessa história toda foi a apreensão de R$ 10 mil em dinheiro na casa da filha de Claudia, Letícia Prado Rocha. De acordo com apurações da polícia, a secretária fazia pedidos de ‘adiantamentos’ ao presidente Roberto, situação usada para desviar dinheiro da entidade — em uma ocasião, teriam sido R$ 40 mil de uma só vez.
A suspeita é de fraude contábil na APAE, já que no livro-caixa isso tudo era registrado como ‘adiantamentos a fornecedores’, sendo que tudo era feito com autorização expressa do então presidente Roberto e a movimentação financeira feita em conta bancária pessoal, o que é proibido. Apesar das evidências todas, a polícia ainda não conseguiu totalizar o valor do suposto desvio, o que está sendo apurado nas investigações. Para o delegado Cledson, o crime foi premeditado pelo então presidente como queima de arquivo.
HORAH – Informação é tudo