CDHU: enquanto autoridades não se entendem, risco aumenta

Placas de reboco e concreto caíram do teto, deixando ferragens expostas: risco cada vez maior em alguns blocos de apartamentos (FOTO: Arquivo pessoal/Reprodução)

Perícia constata que predinhos da CDHU na zona sul de Marília podem desabar; moradores convivem com infiltrações, danos estruturais e queda de placas de concreto

De quem é a responsabilidade de resolver o problema dos predinhos da CDHU na zona sul de Marília, que visivelmente estão deteriorando e caindo aos pedaços? Enquanto autoridades não se entendem, o risco de desabamento aumenta, assusta moradores e já foi constatado inclusive por perícia que consta de ação judicial. Danos estruturais estão por todos os lados, as infiltrações tomaram conta de quase todos os blocos de apartamentos e placas de concreto estão se desprendendo até do teto.

No começo da noite da 2.a feira 15, moradores enviaram fotos e vídeos de mais um abalo desse tipo, causado pelo desabamento de uma enorme placa do reboco do teto no bloco B1. “Caiu agora a pouco. Estamos assustados, mas não temos para onde ir”, informou a moradora que se identifica como Suzana da Silva, uma das líderes comunitárias dos predinhos. Em filmagem feita por ela, encaminhada ao HORAH, é possível ver pedaços de reboco na escada que dá acesso aos apartamentos e o teto com as ferragens aparentes.

“A casa de força está afundando, as paredes estão trincadas e caindo. Vamos chamar a Defesa Civil e ver como é que vai ficar essa situação, porque estamos com medo”, disse Suzana. Em outro vídeo, o bloco M2 aparece com apartamentos inundados durante a última chuva forte – teve moradia que ficou com ao menos um palmo de água, de fora a fora. Escadas faltando degraus, instalações elétricas precárias, caixas de gordura entupidas são outros problemas visíveis.

Moradora mostra pedaços de concreto e reboco na escadaria do bloco B1 na noite da 2.a feira (FOTO: Arquivo pessoal/Reprodução)
Em outro ponto, é a própria escada que oferece risco (FOTO: Perícia/Reprodução)

Como HORAH já noticiou, em 18/12 a Justiça mandou desocupar os predinhos e indicou a Prefeitura como responsável pelas despesas com realocação dos moradores, pelo tempo necessário. Esta, por sua vez, emitiu nota afirmando que não tem responsabilidade sobre os predinhos, mas que mesmo assim estuda alternativas para resolver o problema; o governador Tarcísio de Freitas, quando esteve recentemente na cidade, falou que o Estado também não é responsável, visto que as unidades habitacionais foram concluídas e entregues há mais de 25 anos – em tese, os moradores teriam de fazer a manutenção das mesmas.

Como já teve perícia oficial nos predinhos indicando risco iminente de desabamento de algumas unidades, dada a precariedade da estrutura, todos concordam que é preciso achar uma saída para garantir a segurança das famílias. Município e Estado discutem liberação de recursos para construção de novas moradias. Enquanto isso, o problema foi politizado entre oposição e administração, e o Ministério Público, que propôs ação judicial no caso dos predinhos, agora pede multa diária de R$ 10 mil contra a Prefeitura em caso de descumprimento da ordem para transferir as famílias e custear o aluguel social para elas.

Infiltrações e alagamentos em apartamentos são constantes, também (FOTO: Arquivo pessoal/Reprodução)

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