CEI DA COVID É CONCLUÍDA COM RELATÓRIO E VOTO DIVERGENTE EM JAÚ

Membros da CEI da Covid em coletiva de imprensa no final dos trabalhos (FOTO: Reprodução TV Câmara)

Relatório final da CEI da Covid é aprovado internamente, porém seguirá para o plenário da Câmara, Ministérios Públicos Federal, Estadual e Tribunal de Contas do Estado (TCE) acompanhado de voto divergente de três de seus cinco membros, entre os quais o presidente Maurílio Moretti. Entrevista coletiva na manhã desta 6.a feira (3), no plenário da Câmara de Jaú, encerrou oficialmente os trabalhos e expôs posicionamentos distintos sobre questões pontuais da investigação.

Moretti chegou a dizer que o relator Mateus Turini fez “vistas grossas” a algumas questões, inclusive sobre a aquisição de área de terra para construção de moradias na Zona Sul, com recursos supostamente oriundos do enfrentamento da Covid. Quando questionado pelos jornalistas, Mateus justificou que só podia relatar o que havia sido investigado efetivamente. “A CEI nunca produziu um ofício sequer sobre esse terreno, nem teve uma testemunha inquirida sobre isso”, esclareceu. Ademais, afirmou que a compra da área no final do governo passado (algo em torno de R$ 7 milhões) se deu “com recursos próprios” do município.

O relator Mateus Turini acabou atraindo as atenções dos jornalistas pelo conteúdo das informações (FOTO: Reprodução TV Câmara)

Ante a insistência das perguntas sobre as divergências feitas por Moretti, pelo secretário Chico Quevedo e o membro Leandro Passos, Mateus resumiu: “Não vou reduzir o trabalho de quase 180 dias e 16 mil documentos a uma narrativa política. Se fizesse isso estaria sendo leviano. Política vamos discutir em 2024. O Ministério Público que observe o conteúdo do relatório e do voto divergente e verifique o que há, de fato”. Ele ainda citou como preocupante o fato de a Covid ter agravado em janeiro deste ano, justamente o mês com menor investimento no enfrentamento da doença. O mesmo se deu com entrega de cestas básicas, que caiu drasticamente no primeiro trimestre de 2021. “Para entregar cestas básicas em janeiro tinha de fazer licitação (o que não acontece de uma hora para a outra), porque o governo anterior não deixou nenhuma no estoque”, retrucou Moretti. O relator, então, disse que a Prefeitura podia ter feito uma compra emergencial com dispensa de licitação – a primeira compra de cestas no atual governo foi em maio.

O relator Mateus também citou a questão das vacinas, que teve “pouco tempo para averiguar, mas que produziu 73 páginas de respostas” da Prefeitura, apontando que houve imunização de menores de 18 anos, quando ainda não havia indicação dos órgãos da Saúde, e aplicação de 1.a dose em profissionais da Saúde e não da 2.a dose, depois. Sobre a Cultura, observou que não foram feitas as prestações de contas dos recursos da Lei Aldir Blanc e questionou: “Se isso não for feito, será que o município e os próprios artistas terão de devolver o dinheiro?”

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