Patrick Brito confirmou o que documentos já revelaram: ele teria recebido R$ 162 mil para espionar 10 políticos de Bauru e cita envolvimento de cunhado da prefeita
Membros da CEI do Hacker na Câmara de Bauru se reuniram extraordinariamente e decidiram pedir acesso imediato a provas já em poder da Justiça sobre o caso e antecipação de audiência com Guilherme Derrite, secretário estadual da Segurança Pública, marcada para o final do mês. As medidas foram motivadas pela revelação de que o hacker Patrick de Brito teria recebido não R$ 1,4 mil para espionar políticos bauruenses em 2021, mas algo em torno de R$ 162 mil.
Patrick confirmou as informações inclusive em entrevista à imprensa e há cópias de documentos com as transferências dos valores entre julho de 2021 e início de 2022. Ele teria sido pago pelo cunhado da prefeita Suéllen Rosim (PSD), Walmir Vitorelli Braga, para espionar 9 vereadores e o vice-prefeito Orlando Costa Dias. A finalidade era encontrar fatos que pudessem desacreditá-los publicamente, já que estariam importunando a administração Suéllen.
Os membros da CEI querem acesso aos extratos bancários que estariam em poder da Justiça, já que só agora esses recibos teriam sido juntados aos autos. Outra revelação importante: segundo laudo pericial, parte das espionagens teria partido de um computador do Deic Araçatuba, com senha de policiais e registros no Sistema Detecta entre os dias 13 a 15 de julho de 2021, o que demonstraria relação espúria do hacker com a Polícia Civil daquela cidade. Curiosamente, um meio-irmão de Walmir, o cunhado de Suéllen, é o escrivão Felipe Garcia Pimenta, lá de Araçatuba.
Apesar das evidências graves, a polícia arquivou o caso do hacker no mês passado, e com aval do Ministério Público (MP). Essa situação foi cobrada do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) em Lençóis Paulista, 6.a feira passada, que foi categórico: o policial que uso de serviço ilegal será exonerado — o que também não ocorreu, ainda. Em entrevista à imprensa de Bauru sobre o caso hacker na mesma 6.a feira, a prefeita Suéllen voltou a minimizar o episódio e disse que o cunhado Walmir continuará à frente da tesouraria do partido dela, o PSD.
A relação dos bauruenses que deveriam ser espionados e ter a vida escarafunchada pelo hacker, a pedido do cunhado da prefeita, inclui o jornalista Nelson Itaberá (Contraponto), o vice-prefeito Orlando e os vereadores Estela Almagro (do PT, que teve as redes sociais invadidas), Eduardo Borgo, José Roberto Segalla, Coronel Meira, Jr. Lokadora, Mané Losila, Beto Móveis, Pastor Bira e Marcelo Afonso.
(c/ informações site Contraponto, redação HoraH e vereadores da CEI do Hacker)
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