Com quase todos prédios públicos sem alvará, prefeito manda interditar clube a meia hora de recepção festiva

Funcionários do clube tiraram a corrente e a ordem de interdição colocada pelos fiscais da prefeitura, e liberaram o acesso à festa (FOTO: Reprodução redes sociais)

Festa tradicional que reúne a sociedade jauense correu risco de não acontecer; fiscais da prefeitura interditaram local por falta de alvará quando convidados já estavam chegando

Depois de ter agido da mesma maneira contra o escritório de uma das maiores empresas de Jaú na véspera do pagamento dos funcionários, só porque não se dá com os proprietários, na noite desta 3.a feira (12) o prefeito Jorge Cassaro voltou ao ridículo e determinou a interdição de clube da cidade alegando “irregularidade e falta de alvará de funcionamento”. Detalhe: três fiscais da Secretaria de Economia e Finanças foram cumprir a ordem de interdição a meia hora de um dos eventos festivos mais tradicionais da sociedade jauense, promovido por veículo de comunicação cujos proprietários também são desafetos do prefeito.

Ordem de interdição fixada no portão de acesso ao clube (FOTO: Reprodução)
Documento completo, com assinatura da secretária de Economia e Finanças e visto do prefeito à esquerda (FOTO: Reprodução)
Após liberação do portão, convidados tiveram acesso ao salão do clube (FOTO: Reprodução)

“A comida estava quente na mesa, a bebida gelada e o salão pronto para a recepção dos convidados”, comentou um participante do evento, indignado com a atitude do prefeito Jorge, cujo visto aparece na ordem de interdição ao lado da assinatura da secretária Telma Duarte, com encaminhamento do documento à Fiscalização de Posturas para cumprimento naquele horário. Policiais Militares acompanharam os fiscais e, após o tumulto que se formava à frente do clube, os conduziram de volta ao veículo da fiscalização.

Convidados que estavam chegando, incluindo empresários e advogados, comentaram que a medida da prefeitura foi “altamente questionável” e que a legalidade do ato era “discutível”. Momentos depois, dois funcionários do clube tiraram a corrente que fechava o portão principal de acesso ao salão de eventos, removeram a ordem de interdição fixada pelos fiscais e liberaram a entrada, permitindo que a festa de gala acontecesse. “Ficou ridículo para o prefeito. Ele acha que é dono da cidade e, pelo jeito, estava querendo constranger todo mundo”, afirmou um dos convidados.

Tudo seria diferente se a interdição tivesse ocorrido mais cedo, com tempo para se discutir a medida ou comunicar os convidados. Outro problema é que a prefeitura e o prefeito exigem dos outros o que não cumprem para si mesmos, já que mais de 90% dos prédios públicos não possuem alvará de funcionamento por estarem desprovidos do AVCB, o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros. Isso inclui inclusive o prédio da prefeitura, onde também estão a câmara e o cine municipal; creches, unidades de saúde e escolas estão na mesma situação; empresas particulares do prefeito, também, segundo levantamento recentemente enviado ao HORAH.

HORAH – Informação é tudo