COM VOTO DE COMISSIONADOS, ASSEMBLEIA APROVA REAJUSTE DE 10,8%

SERVIDORES EFETIVOS SE REVOLTARAM, GRITARAM PALAVRAS DE ORDEM, MAS FORAM VENCIDOS PELOS OCUPANTES DE CARGOS POLÍTICOS NA PREFEITURA DE JAÚ

A pressão denunciada durante toda a 3.a feira (29) para que funcionários comissionados da prefeitura comparecem em massa à assembleia dos servidores à noite e votassem a favor do reajuste de 10,8% oferecido pelo prefeito Ivan Cassaro, funcionou. Das 18h30 em diante o saguão da prefeitura foi tomado pelos ocupantes de cargos políticos na administração, apesar da revolta e das palavras de ordem gritadas pelos concursados. Resultado: o aumento bem abaixo do índice reivindicado pelo Sinfunpaem, o sindicato dos funcionários públicos municipais, foi aprovado e seguirá agora para votação na Câmara.

Para conseguir contar os votos, parte dos servidores foi levada para dentro do cinema (FOTO: Reprodução HoraH)

Inicialmente a assembleia estava marcada para o cine municipal, mas a quantidade de pessoas surpreendeu e ela acabou acontecendo no saguão da prefeitura. “Olha os puxa-sacos!”, gritavam os servidores efetivos, especialmente aqueles ligados à Associação Luta, mas os comissionados não se intimidaram — a reportagem apurou ao longo do dia que houve determinação das chefias na prefeitura para que comparecessem, sob pena de perderem os cargos de nomeação exclusivamente política. “O carrasco [dos servidores] mais uma vez venceu”, postou uma servidora no grupo de aplicativo, onde sobraram críticas e acusações também contra o sindicato.

Na tentativa de separar quem votou sim de quem rejeitou o índice, os contrários foram levados para dentro do cinema para uma contagem. Foram 164 servidores efetivos contrários aos 10,8% e 238 favoráveis, incluindo maciçamente os comissionados. Uma diferença de apenas 74 votos. “Somos mais de 3 mil funcionários públicos e só 164 compareceram”, lamentou uma servidora, inconformada com o “falso resultado” da assembleia. O Sinfunpaem reivindicava 25,40% de reajuste, sendo 5% de ganho real e 20,40% de reposição inflacionária.

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