Condôminos pressionam e secretário promete dizer o que falta para aprovar loteamento

Membros de associação habitacional vão à prefeitura atrás de respostas, após longa espera (FOTO: Reprodução HoraH)

Ao estacionar o carro e ver a quantidade de pessoas no saguão da prefeitura por volta das 9h desta 3.a feira (7), o prefeito Jorge Cassaro apertou o passo em direção ao gabinete e escalou o secretário de Projetos Neto Leonelli para recepciona-las. Cerca de 50 condôminos da Associação Habitacional Sagrado Coração de Jesus de Jaú ainda tiveram de esperar cerca de uma hora até o secretário descer a rampa do Paço para ouvi-los no cine municipal. A reunião foi tensa e com vaias para o prefeito, terminando com a promessa do secretário de finalmente informar o que falta para o loteamento Jardim Vitória receber aprovação prévia da prefeitura.

“Já protocolamos três ofícios e não tivemos nenhuma resposta, por isso viemos aqui para saber o que está acontecendo”, disse um dos condôminos. A associação comprou e pagou pela área para implantar o loteamento na zona oeste da cidade, entre os bairros São José e Primavera, e tenta obter a licença prévia desde meados de 2021. Com o documento, pretendem dar entrada no Grupo de Análise e Aprovação de Projetos Habitacionais (Graprohab) do Estado e, com isso, obter os recursos para fazer a infraestrutura do bairro — guias, sarjetas, asfalto etc.

Condôminos foram atendidos pelo secretário Neto Leonelli no cine municipal, onde também esteve o vereador Fábio Souza, voluntário do projeto habitacional (FOTO: Reprodução HoraH)

O secretário prometeu despachar os ofícios da associação nesta 4.a feira (8), adiantando que o loteamento não estaria em área de interesse social, devendo seguir os trâmites de um empreendimento convencional. “Porque ele não falou isso antes? Fez o povo perder tanto tempo por pura maldade?”, indagou Fábio de Souza, vereador que é voluntário da associação. Atualmente, projetos como este estão sendo implantados em 16 cidades, mas só em Jaú emperrou. “Ninguém me tira da cabeça que foi por questões meramente políticas, porque a área foi comprada de empresários com os quais o prefeito não se dá; mas eles venderam para a associação, que já pagou e passou a escritura”, explicou Fábio.

A tensa reunião de hoje contou apenas com uma parte das 245 famílias que integram a associação e que estão cansadas de esperar a aprovação prévia do loteamento, e, principalmente, “das exigências exageradas” da prefeitura. “Já fiz requerimento à prefeitura para saber se o que ela pede para a associação é o que ela exige para todos os loteamentos, porque tenho informação que não é. O projeto urbanístico está pronto, só faltando a aprovação para dar sequência no empreendimento. Essas famílias fizeram sacrifícios para pagar a terra e agora querem construir suas casas, não é justo o que a prefeitura está fazendo com elas”, comentou Fábio.

Dentre outros, ao menos três vereadores da base aliada acompanharam o secretário na reunião e viram a revolta das famílias. Também ouviram as vaias e gritos contra o prefeito Jorge, quando Neto Leonelli afirmou que o chefe do Executivo “só quer o bem da cidade”.

HORAH – Informação é tudo