Controlador de tráfego aéreo do aeroclube de Catanduva, região noroeste do estado, conseguiu alertar o piloto de um Airbus A320 com 110 passageiros a bordo e evitar o pouso na pista local, que é estreita e curta demais para comportar uma aeronave desse porte. O diálogo entre o controlador e o piloto foi disponibilizado na mídia. “Eu creio que o senhor está visual com Catanduva, comandante”, advertiu o operador quando o piloto informou que havia uma divergência no GPS da aeronave e ia prosseguir “visual para pouso na 25”, referência à pista que, entretanto, fica no aeroporto de Rio Preto, a 50 km de distância de Catanduva.
Se o airbus tentasse pousar na cidade vizinha, seria acidente na certa, pois a pista não suporta uma aeronave desse porte, ainda mais carregada e com tantos passageiros. Após o alerta, o piloto remeteu, retomou a rota e seguiu para Rio Preto. Moradores de Catanduva chegaram a fotografar o avião sobrevoando a cidade em baixa altitude; especialistas dizem que a justificativa de problema no GPS não se sustenta, porque há cinco dispositivos de checagem na aeronave, sendo que o problema em um deles pode ser revisto em outros quatro — o que aponta, então, para falha humana.
A Latan Airlines Brasil não entrou nessa discussão e emitiu nota informando que o voo Guarulhos-Rio Preto da última 3.a feira (14), “pousou em total segurança no aeroporto de Rio Preto às 8h31”, sendo que “todos os passageiros foram desembarcados normalmente”. A empresa apenas disse que a operação de descida do airbus começou “na altura de Catanduva até o destino final”.
A pista do aeroporto de Rio Preto possui 1.640 metros de extensão e estrutura suficiente para receber aeronave como o Airbus A320, enquanto que a do aeroclube de Catanduva tem só 985 metros. Ela é curta e estreita demais, o que resultaria fatalmente em acidente se o piloto tentasse pousar na cidade vizinha.
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