Um panorama da pandemia em Jaú, na véspera de novo decreto que pode flexibilizar a quarentena
Aos 64 anos de idade, Osório Ferrucci Jr deixou a Santa Casa de Jaú após quase 30 dias de internação, que foram “dias de tensão” e de idas e vindas da enfermaria para a UTI. O anúncio foi feito no Facebook pelo provedor do hospital, Alcides Bernardi Jr, que classificou a cena do paciente indo para casa, aplaudido por médicos e enfermeiros, como “um dia de muita alegria”.
ESTABILIDADE – Três pacientes que testaram positivo para Covid-19 já morreram no hospital desde o início da pandemia. Nenhum deles residia em Jaú. O boletim epidemiológico deste feriado de Tiradentes, divulgado pela Secretaria Municipal da Saúde, mostra estabilidade dos números: 18 pacientes sob suspeita da doença (eram 20) e 10 com diagnóstico positivo (um a mais do que antes); 70 já foram descartados.
HIGIENIZAÇÃO – Para garantir o ambiente saudável no entorno do hospital, 6ª feira (17) houve a desinfecção da fachada, pátio interno e vias de acesso para as áreas internas. Uma solução de água potável e hipoclorito de sódio foi usada na sanitização desses locais, “conforme preconizado pela Organização Mundial da Saúde contra vírus, bactérias e fungos”. Para tanto, a Santa Casa contou com apoio da empresa Águas de Jahu, responsável pelos serviços de água e esgoto no município.
ISOLAMENTO – Medidas assim, que fazem aumentar a sensação de segurança das pessoas, aliadas ao gráfico positivo do índice de isolamento social em Jaú, devem embasar novo decreto municipal flexibilizando a quarentena. O isolamento foi de apenas 33% em 12/3, subiu a 56% em 5/4, foi a 61% dia 10, chegou a cair para 47% nos últimos dias, mas voltou ao patamar dos 60% no domingo (19).
FLEXIBILIZAÇÃO – Segundo anúncio feito pelo secretário do Desenvolvimento Econômico Carlos Ramos Kakai, que integra o comitê de crise do coronavírus na cidade, o decreto deve sair com duas medidas principais: 1) abertura das óticas, consideradas essenciais; e, 2) regulamentação do atendimento no sistema drive thru para todo o comércio – as compras são feitas de maneira online ou por WhatsApp e o consumidor recebe a mercadoria na rua, dentro do carro, sem entrar no estabelecimento.
DESEMPREGO – No fim de semana, a comerciante Gabriela Buck foi às redes sociais clamar pela retomada da economia. Aos prantos, se dirigiu ao prefeito Rafael Agostini: “Por favor, prefeito, faz alguma coisa, ajude a população. (…) O grupo de risco fica em casa, mas deixa o povo trabalhar. (…) Não quebre a cidade para o próximo prefeito que entrar ter que ficar catando os cacos que o senhor deixou!”. Neste feriado, foi a vez de Marlene Cruz comunicar, “com muita tristeza (…) o encerramento das atividades da empresa Matozinho Grill (..), depois de quase 12 anos”. Ficava no centro de Jaú. Ela culpa a quarentena estendida pelo governador Doria e arremata: “(…) mais 6 funcionários, pais e mães de família, desempregados”.
HORAH – Informação e Prestação de Serviço
