Covid-19 – IDOSO QUE MORREU NA SANTA CASA VEIO PARA O INTERIOR PARA FUGIR DA DOENÇA

José Nelson Marsola tinha 79 anos, estava bem quando chegou ao Pouso Alegre, mas adoeceu, foi internado e faleceu em poucos dias (FOTO: Arquivo Pessoal)

Uma das vítimas da Covid-19 em Jaú foi sepultada na 3ª feira (14), sem velório. Segundo a funerária, o corpo foi direto para o cemitério municipal, em caixão lacrado, seguindo protocolo definido para casos positivos da doença, e só familiares próximos puderam acompanhar. Trata-se de José Nelson Marsola, 79 anos, que residia há muitos anos na Capital, mas tinha sítio no bairro rural de Pouso Alegre de Baixo, onde estava há pouco mais de 20 dias.

Bairro rural de Pouso Alegre fica a 7 km da cidade de Jaú, onde seu José estava, recolhido no sítio da família (FOTO: Reprodução Internet)

NO INÍCIO, TUDO BEM – “O filho e a nora dele trabalham em laboratório que está atuando inclusive no hospital de campanha do Anhembi, em São Paulo, e, por orientação deles, para se proteger do coronavírus, meu cunhado e minha irmã vieram para o sítio”, contou o comerciante Antônio Luiz Vendramini, mais conhecido como Giggio Vendramini, com exclusividade ao HORAH. Nos primeiros dias, seu José estava bastante ativo, chegou a trabalhar no sítio, até que começou “a sentir muito cansaço e resolveu procurar atendimento médico”. Daí até o óbito, foi uma questão de dias.

PULMÕES ATACADOS – “Ele foi ao postinho aqui do Pouso Alegre e o médico recomendou que ele procurasse a Santa Casa. Lá, foi pedido um Raio-X que indiciou uma mancha muito grande nos pulmões. Então a médica solicitou uma ressonância, que apontou pneumonia nos dois pulmões, determinando que o meu cunhado fosse internado”, relatou Giggio. Isso foi na 2ª feira, dia 6. No dia seguinte o paciente foi para a UTI e com o agravamento do quadro chegou a apresentar problemas renais, indo a óbito na madrugada de ontem. Além da idade avançada, seu José também era cardíaco.

EXAME – O exame que constatou a Covid-19 foi feito pelo laboratório onde o filho e a nora trabalham, em SP; o resultado oficial do Instituto Adolfo Lutz ainda não chegou. Todos da família também passaram por exames no laboratório paulistano, todos negativos – a esposa do seu José, segundo esse laboratório, chegou a ser acometida pelo coronavírus, já não tem mais sintomas e está imune. “Uma coisa é ver pela televisão, outra é conviver com isso na família. O vírus é muito violento e realmente é necessário tomar todas as precauções”, concluiu Giggio, que já cumpriu isolamento epidemiológico, a exemplo da família toda do seu José.

SINDICALISTA – Quando deixou o Pouso Alegre para morar na Capital, seu José foi trabalhar na fábrica de brinquedos Estrela. Acabou virando presidente do sindicato dos trabalhadores nas indústrias de brinquedos e instrumentos musicais, função que exerceu por 18 anos. Nessa condição conviveu com políticos e até com presidentes da República, na época. Ele nasceu no Banharão de Baixo (Banharão Novo) e, apesar de viver em SP, visitava o sítio no Pouso Alegre quase que mensalmente.

NÚMEROS – O último boletim epidemiológico divulgado pela Prefeitura de Jaú, na tarde de ontem, indica 27 casos suspeitos de coronavírus na cidade e 7 confirmados; com a morte do seu José, são 3 óbitos registrados na Santa Casa, todos de pacientes de fora da cidade (Brotas, Mineiros do Tietê e SP).

HORAH – Informação e Prestação de Serviço