Delegado Giniton põe tornozeleira eletrônica e segue afastado da polícia

Delegado Giniton, que morou 26 anos em Jaú e tem título de Cidadão Jauense: monitorado por tornozeleira eletrônica no Caso Marielle (FOTO: Reprodução)

Na tarde desta 2.a feira 25, o delegado Giniton Lages colocou tornozeleira eletrônica e passou a ser monitorado pela Polícia Federal (PF). No domingo, ele foi um dos alvos da operação que prendeu dois acusados de serem os mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco no RJ, há 6 anos, e do ex-chefe da Polícia Civil que teria acobertado o crime e que indicou Giniton para presidir a primeira investigação neste caso.

Giniton morou em Jaú por 26 anos e em 2012 chegou inclusive a receber o título de Cidadão Jauense, por indicação do então vereador Carlos Ramos (Kakai). Juntos, Giniton e Kakai escreveram o livro ‘Quem matou Marielle Franco?’, publicação de 296 páginas com objetivo de contar detalhes dos bastidores da investigação. Quando o livro foi lançado, porém, Giniton já estava afastado do caso.

Segundo a PF, Giniton é mencionado como o delegado indicado pelo então chefe da polícia para desviar o curso das investigações e, com isso, proteger os mandantes do crime (no caso, os irmãos Chiquinho Brazão, deputado estadual, e Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do RJ, presos ontem). “Ele teria sido designado por Rivaldo Barbosa (que chefiava a Polícia Civil e também foi preso) logo após o crime”, diz reportagem do G1.

O relatório da PF diz que ‘estrategicamente’, Giniton apresentou o argumento de que os executores de Marielle, os ex-PMs Ronnie Lessa e Élcio Vieira de Queiroz, teriam agido “motivados por ódio em relação às posições” políticas da então vereadora. O Cidadão Jauense está sob uma série de medidas preventivas: suspenso do exercício profissional, sem porte ou posse de arma, proibido de se ausentar da comarca, obrigado a entregar o passaporte, obrigado a usar tornozeleira eletrônica e proibido de frequentar locais específicos e de manter qualquer contato com outros investigados ou testemunhas.

Em nota divulgada à imprensa, a defesa de Giniton informou que ele realizou “todas as diligências necessárias à elucidação do caso” e que o resultado do trabalho dele e da equipe “foi a prisão dos executores, o que está tudo documentado nos autos do processo”. Sob a presidência do delegado, o inquérito produziu 5.700 páginas distribuídas em 29 volumes, ouviu 230 testemunhas ou investigados e analisou 33.329 conversas telefônicas mediante quebra de sigilo judicial.

Giniton e o comissário Antônio de Barros Pinto, ambos na mira de busca e apreensão da PF no domingo 24 (FOTOS: Reprodução G1)

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