DEPUTADAS QUESTIONAM IVAN POR COMPRA DE MEDICAMENTOS PARA ‘TRATAMENTO PRECOCE’ DA COVID

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REPRESENTAÇÃO DE PARLAMENTARES FOI FEITA AO MP EM BRASÍLIA E PREFEITO DE JAÚ JÁ RECEBEU NOTIFICAÇÃO

A deputada federal Mônica Seixas, a estadual Sâmia Bomfim e a coordenadora do núcleo de Jaú do Psol, professora Fernanda Lamesa, protocolaram representação contra o prefeito Ivan Cassaro (PSD) junto ao Ministério Público (MP) em Brasília, após anúncio de uso de medicamentos para ‘tratamento preventivo’ contra a Covid-19 na cidade. Elas pedem abertura de inquérito civil para apurar os fatos e cobram explicações de Ivan sobre licitações para compra de grandes quantidades de Ivermectima e Azitromicina.

As deputadas Mônica Seixas (federal) e Sâmia Bomfim (estadual), ambas do Psol, e a coordenadora do núcleo de Jaú do partido, professora Fernanda Lamesa: questionamentos ao prefeito Ivan Cassaro (Fotos: Reprodução HoraH)

Entrevistas exclusivas do prefeito ao HORAH na Rádio Piratininga de Jaú e ao portal de jornalismo horahnoticia.com.br em 23 de março foram juntadas pelas integrantes do Psol na representação. A reportagem apurou que Ivan já foi notificado. “É importante ter em Jaú um centro de tratamento de Covid, achamos até que demorou pra acontecer, mas não pode usar medicamentos cuja eficácia ainda não está comprovada cientificamente e, pior, compra-los com dinheiro público para distribuir à população”, justificou Fernanda Lamesa.

Levantamento comparativo no site da Prefeitura constatou que nunca se comprou tanta Ivermectina e Azitromicina como em duas licitações feitas por Ivan: 7.000 unidades do primeiro remédio ao custo total de R$ 5.740,00 (licitação nº 00242/2021) e 12.600 do segundo, por R$ 14.490,00 (00129/2021). “Fica bastante clara a intenção de usa-los contra a Covid, mesmo sabendo que já há três mortes comprovadas no Brasil por hepatite medicamentosa causadas pelo uso desses remédios em grandes doses”, observou Fernanda, preocupada ainda com “o relaxamento das pessoas no cuidado com a Covid por acreditar que estão protegidas”.

A representação foi feita por Brasília na tentativa de torna-lo mais efetivo. “Em janeiro, fevereiro a gente fez outra representação pedindo informações sobre providências para controlar os números enormes da Covid em Jaú e o porquê da demora em tomar uma atitude, que nunca foi respondido. Agora acreditamos que por Brasília haverá uma pressão maior do Ministério Público e o prefeito irá responder”, concluiu. Na representação, as deputadas Mônica Seixas e Sâmia Bomfim dizem que a atitude de Ivan pode “colocar a vida de cidadãos em risco” e que os mais de R$ 20 mil gastos nas licitações poderiam ser destinados “para compra de boas máscaras, realizar testagem em massa da população, aumentar a fiscalização contra aglomerações e ajudar quem está desempregado” por causa da pandemia.

Central da Covid fica ao lado da Praça do Museu em Jaú (Foto: Divulgação)

A Central de Monitoramento da Covid-19 em Jaú foi inaugurada no início do mês na antiga base da PM, na Av. João Ferraz Neto, ao lado da Praça do Museu. Batizada de Vigi Covid Jahu, a central vai monitorar os casos suspeitos e confirmados da doença com equipe profissional multidisciplinar, além de oferecer atendimento psicológico e testagem de assintomáticos. Na entrevista ao HORAH, Ivan não descartou oferecer “antigripal e vermífugo” também, citando nominalmente a Ivermectina.

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