Nunca se trocou tantos secretários municipais nos 169 anos de Jaú como na gestão Ivan Cassaro. Em 23 meses em que ele está à frente da administração já foram exonerados ou pediram para sair 18 secretários. A situação mais extrema acontece em uma das áreas mais vitais e onde se costuma ter mais estabilidade: a pasta de Economia e Finanças. O decreto 8.424 publicado no Jornal Oficial da 5.a feira 24 designa o atual secretário de Projetos, advogado Norberto Leonelli Neto, para acumular também Finanças, interinamente. Até agora a média foi de um secretário na pasta a cada 4,6 meses.
Neto Leonelli, como é chamado, sucede Felipe Cristófaro, que entrou no lugar de Felipe Slikta Padilha, que havia ficado na vaga de Wagner Massoco, que assumiu quando Luís Arato deixou o cargo. A falta de familiaridade dos secretários mais recentes com a pasta era tão gritante que durante audiências públicas obrigatórias feitas na Câmara, alguns deles não sabiam responder as perguntas dos vereadores sobre excesso de arrecadação, funcionários da pasta ou determinados empenhos.
Mas o governo Ivan bate-cabeça em diversas outras áreas, o que se nota pela rotatividade exagerada de secretários. Cultura, por exemplo, já está no quarto titular: começou com Ney Vilela, depois foi Tom Borges, em seguida Sargento Oliveira, de Esportes, respondeu interinamente pela pasta e, agora, é Marilda Paulucci Casonato; Meio-Ambiente esteve com Amílcar Marcel de Souza (Cecéu), Luís Fernando Dias da Silva e, ultimamente, sob a responsabilidade de Giovani Fabrício. Foram trocados também Cel. Jefferson Bastos (Governo), Rafael Teixeira (Ass. Social), Henrique Galhardo (Imprensa), Rodrigo Brandão (Saúde), Márcio Campos (Adm. Regionais), Aline Machado (Proteção dos Animais), Giovani Costa (Habitação), Rafael Toniato Manjerona (Justiça e Cidadania) e até o Procurador-Geral Daniel Guilherme Moreira e o presidente da agência reguladora Saemja, Bruno Belini.
Em uma das campanhas à prefeitura de Jaú o empresário Ivan Cassaro aparecia no vídeo batendo no peito, depois fazendo o sinal de positivo e dizendo: “Comigo é ‘deferente'”, trocando o ‘i’ pelo ‘e’. Isso acabou virando chacota dos opositores e marca registrada do agora prefeito, que recentemente brincou em outro vídeo comentando que seria “deferente, e agora estão vendo o diferente” da gestão dele. Pois nesses dois primeiros anos ele realmente provou que é muito diferente de todos os prefeitos anteriores, principalmente por causa dessa alta rotatividade no primeiro escalão do governo. A razão de tantas trocas tem duas explicações: os governistas dizem que o prefeito é exigente e cobra resultados; quem é exonerado ou pede para sair afirma que é impossível trabalhar em uma administração tão confusa quanto a de Ivan.
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