Dr. Nechar ou Fábio Protetor? Vaga na Câmara pode ser decidida na Justiça

Dr. Nechar e Fábio Protetor em compasso de espera por definição da Justiça Eleitoral (FOTOS: Reprodução/HoraH)

VEJA O QUE MAIS ESTÁ EM JOGO NESTE MOMENTO NO LEGISLATIVO MARILIENSE E O QUE SE COMENTA NOS BASTIDORES POLÍTICOS DA CIDADE

A cadeira deixada na Câmara Municipal de Marília com o falecimento do vereador Ivan Negão nesta 5.a feira (5) pode ser alvo de uma disputa judicial. É o que mais se comenta nos bastidores políticos da cidade. Isso porque o primeiro suplente pode enfrentar dificuldades para assumir o cargo por ter se desligado do PSB após as eleições de 2020, embora alegue que voltou a pedido da direção estadual do partido. Certidão extraída do site oficial do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no final da tarde de hoje indicava o médico Sérgio Nechar como não filiado a nenhum partido. Vereadores ouvidos pelo HORAH antevem “problemas”, mas preferem esperar a decisão da Justiça Eleitoral aguardada para amanhã (6).

Dr. Nechar, que já foi deputado federal e vereador, atualmente é secretário municipal da Saúde e, segundo se comenta, estaria ‘desconfortável’ no governo — o problema estaria em pedidos não atendidos ainda pela administração. Como ele disputou a eleição pelo PSB e afirma ter retornado à legenda, caso seja efetivado na vaga de Negão ficará ligado a partido de orientação política contrária ao governo Daniel Alonso — afinal de contas, o PSB tem vínculo histórico com os Camarinha, adversários do atual prefeito; é presidido por Mateus Pansonato, desafeto político de Daniel; é o partido do vice-presidente da República Geraldo Alckmin, ligado ao presidente Lula, enquanto Daniel apoiou o candidato a governador do PSDB no 1.o turno e Tarcísio de Freitas no 2.o, que foi eleito com apoio de Bolsonaro: tudo na contramão do governo de Marília. Caso Dr. Nechar seja impedido de assumir, a vaga ficaria com o segundo suplente Fábio Protetor, do mesmo partido e obviamente sujeito às mesmas condições.

Os bastidores da política apostam que tanto o grupo de Daniel quanto o dos contrários a ele podem recorrer à Justiça Eleitoral. Os interesses em jogo são variados, indo do simples desejo pessoal de tornar-se vereador (seja por parte do Dr. Nechar como de Fábio Protetor) até o interesse pela consolidação política majoritária na Câmara, garantia de aprovação de propostas consideradas essenciais para o projeto do governo nesses dois anos finais de mandato. Assuntos como a terceirização do DAEM e os investimentos no estádio Abreuzão voltaram a ganhar destaque nesta 5.a feira. E hoje as contas indicam que a Câmara está dividida, com 7 votos contrários e 5 favoráveis ao governo — ou seja, qualquer voto a mais ou a menos pode fazer toda a diferença.

TSE: certidão aponta que Dr. Nechar não tem filiação política (FOTO: Reprodução)

HORAH – Informação é tudo