Em papos de aranha – NOTA SUGERE QUE PREFEITURA NÃO TEM DADOS COMPLETOS DA ‘LISTA DOS VACINADOS’

OPOSIÇÃO JÁ PEDIU NOVA PUBLICAÇÃO DA LISTA SOB AMEAÇA DE DENUNCIAR IVAN CASSARO POR CRIME DE RESPONSABILIDADE

Lei municipal aprovada por todos os vereadores – o que inclui a majoritária bancada governista –, promulgada tacitamente pela presidência da Câmara e publicada no Jornal Oficial de Jaú sem qualquer contestação de quem quer que seja, virou pedra no sapato do prefeito Ivan Cassaro. Ela exige publicação e atualização diária da Lista dos Vacinados contra a Covid-19, com uma série de exigências que, somente agora que o assunto polemizou, a Prefeitura sugere não ter como cumprir. Ou seja, Ivan está literalmente em papos de aranha.

Borgo pode denunciar Ivan por crime de responsabilidade (Foto: Reprodução vídeo)

Uma das principais imposições da lei é que o nome do vacinado seja acompanhado do CPF (cinco primeiros números cobertos por asteriscos). “No sistema, o número do CPF é opcional, razão pela qual não há esse número para resgatar”, diz nota de esclarecimento divulgada pela Secretaria de Comunicação da Prefeitura na 6ª feira (14). “Já protocolamos novo requerimento pedindo a imediata publicação da lista com todas as exigências que a lei manda, sob pena de crime de responsabilidade e improbidade administrativa”, disse José Carlos Borgo, vereador autor da lei, dois dias após sair a primeira versão da lista, segundo ele, “cheia de problemas”.

Sobre a exigência de informar a fase do plano de imunização em que o vacinado foi enquadrado e, se for funcionário público, onde trabalha, a Prefeitura esclareceu: “(…) não são dados obtidos no registro de vacinação”. Quanto ao local onde foi vacinado, acrescentou que “o sistema considera a unidade de saúde onde a vacina estava acondicionada, mesmo que tenha sido aplicada em sistema drive thru”. Por fim, pondera em linguagem claramente jurídica e não jornalística, dando a entender que a nota foi redigida por advogados, que “a lei (dos vacinados) está sendo analisada, (…) pois impõe atividades e custos não previstos”.

A nota demonstra evidente preocupação do governo com as consequências do não cumprimento da lei. Borgo lembrou que apenas seguiu as orientações do TCE e do MP, que a lei “foi submetida à Câmara, onde todos os vereadores tiveram a oportunidade de emendar ou suprimir alguma coisa, e todos votaram favoravelmente”. Quanto à demora de Ivan (não atendeu solicitações para dar publicidade aos vacinados, não trabalhou para impedir a aprovação da lei, esgotou o prazo à espera da promulgação tácita pela Câmara e, por fim, não cumpriu os dispositivos legais de pronto), Borgo comentou: “Não quero tomar a atitude drástica de ir ao MP sem dar todas as oportunidades para o prefeito tomar as providências necessárias. E não adianta ele achar que a secretária [da Saúde, Ana Paula Rodrigues] é responsável, porque o responsável é ele”.

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