O abraço do cabo PM André Augusto da Silva no motorista de ônibus Rogério Antônio Souza, na tentativa de consolá-lo após atropelar e matar a jauense Andresa Patrícia Palomares, 31 anos, em Bauru, viralizou nas redes sociais, foi citado pela empresa de ônibus e pelo comando regional da PM, ganhou destaque na mídia nacional e continua emocionando as pessoas. A cena foi flagrada pelo cinegrafista Marcelo Risso, da TV Tem, durante registro do acidente, na 2ª feira (18).
‘SENTI NO CORAÇÃO’ – Quando cabo André chegou ao local, na área central de Bauru, Andresa estava morta (ela caiu da garupa da moto em que estava com o companheiro dela, Diego, 29 anos, e foi atropelada pelo coletivo) e Rogério sentado no assoalho do ônibus, soluçando em prantos. O PM o chamou pelo nome e quando ele desceu do veículo, o abraçou calorosamente. “Quando o vi, minha primeira reação foi tentar trazê-lo à realidade. Chamei ele pelo nome três vezes, para ele sair daquela situação de choque e se levantar”, contou o policial à TV Tem.
Cabo André disse que se colocou no lugar do motorista, que “estava muito abalado e perdido”. “Senti no coração que ele precisava disso, daquele momento do abraço, do aperto de mão e de uma palavra de consolo”, acrescentou. “Ele falava o tempo todo que a moça morreu e queria saber como o motociclista (Diego) estava”, relatou o policial, que explicou a Rogério que se tratava “de uma fatalidade” a que todos estão sujeitos, e que “ele não tinha culpa”.
EM CHOQUE – O motorista tem quase 20 anos de profissão e nunca se envolveu em acidente como aquele, por isso ficou em estado de choque. “Só posso dizer que sou muito grato” ao PM, disse Rogério, confessando que ficou sensibilizado com o abraço e o conforto. Ele ainda não voltou plenamente ao serviço. “Ainda é muito complicado, eu fiquei muito triste com a situação, com o rapaz (Diego) e a moça, tão nova (…)”, declarou em entrevista à TV Tem.
Andresa foi sepultada na 3ª feira (19) à tarde no cemitério de Jaú, em caixão lacrado e sob forte comoção de familiares e amigos. Ela havia ido a Bauru com o companheiro para buscar aparelho auditivo no Centrinho e “estava muito feliz” por isso, contaram os amigos. Há 11 anos, ela havia sofrido acidente que deixou sequela na audição e, com o aparelho, voltaria a ouvir perfeitamente.
HORAH – Jornalismo com Responsabilidade