EMPRESA RECLAMA, MAS SECRETÁRIO DIZ QUE OBRA ‘CLANDESTINA E IRREGULAR’ ESTÁ EMBARGADA

Painéis em terreno onde obra foi embargada tiveram de ser removidos: irregulares (FOTO: Reprodução Jornal do Povo)

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O secretário de Planejamento Urbano José Antônio de Almeida garantiu ao HORAH que a rede de lojas de materiais de construção que pretende instalar filial na Av. Nelson Spielmann, Centro de Marília, teve a obra embargada por ser “clandestina e irregular”. Segundo ele, o maior problema foi o grupo iniciar a obra “sem projeto aprovado na prefeitura” nem cumprir as exigências legais do município. O pré-lançamento da loja ocorreu em novembro do ano passado e até agora a situação não foi regularizada. Essa semana o grupo reagiu, fez reunião com vereadores para dar “esclarecimentos técnicos do projeto da filial”, afirmou ter cumprido as exigências municipais e protocolado dia 12 do mês passado o projeto reformulado na prefeitura, à espera de uma deliberação.

Arquiteto mariliense e dono de rede de lojas durante reunião com vereadores nesta semana: queixas (FOTO: Reprodução JP)
Secretário José Antonio de Almeida diz que nenhuma pressão vai mudar a situação, apenas o cumprimento da legislação municipal (FOTO: Divulgação PMM)

Depois que a fiscalização embargou a obra, foi solicitado estudo de impacto de vizinhança, documentação pertinente e avaliação de mobilidade urbana e trânsito naquela região da cidade com a instalação da empresa. “Ali já tem a Caixa Econômica, o Poupa Tempo e outros serviços públicos importantes, então é preciso saber o impacto sobre vagas de estacionamento, circulação de veículos e tudo o mais, porque se trata de uma grande empresa que vai movimentar caminhões e carretas carregadas de mercadorias no Centro da cidade”, ponderou José Antônio. Houve então solicitação de avaliação da Emdurb, que indeferiu o projeto.

A empresa trocou o primeiro profissional envolvido no projeto pelo arquiteto e urbanista mariliense Maurício Rezende, que reviu alguns itens e pediu nova certidão de diretrizes e uso do solo. Ele e o empresário André Tavares, diretor da rede de lojas, conduziram a reunião com os vereadores em hotel da cidade, em que reclamaram dos entraves para construir em Marília. “Quero deixar claro que em nenhum momento recebemos a visita do antigo profissional responsável pela obra. Depois do embargo, o proprietário nos procurou na companhia de um advogado, e agora foi protocolado um projeto reformulado, quando já tivemos o indeferimento pela Emdurb da obra naquele local. Isso não significa que a empresa não pode se instalar em Marília, que tem mil opções de outros lugares, mas ao invés disso preferiram culpar a prefeitura”, retrucou o secretário José Antônio.

Por fim, o representante da prefeitura disse ao HORAH que “o investimento (estimado pelo grupo empresarial em R$ 20 milhões) é muito bem-vindo em Marília, mas desde que atenda as exigências das nossas leis e regras municipais”. José Antônio também deixou claro que “nenhum tipo de pressão vai mudar essa situação, seja para esta ou qualquer empresa que venha para cá”. Na reunião com os vereadores, a empresa informou que anexou terreno vizinho de pouco mais de 3,5 mil m2 para disponibilizar mais 154 vagas de estacionamento, que, somadas às previstas no projeto original da loja, chegariam a 199. Painéis também foram colocados no terreno da Av. Nelson Spielmann sugerindo que a não aprovação da obra naquele local seria culpa da ‘concorrência’ — uma alusão velada ao fato de a família do prefeito Daniel Alonso ser também proprietária de loja de materiais de construção em Marília e nas proximidades desse local.

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