Casal proprietário de empresa de Pederneiras, região de Bauru, especializada em convites de casamento, alegou ‘princípios cristãos’ para negar atendimento a um casal homossexual. O caso ganhou grande repercussão nas redes sociais, foi registrado em boletins de ocorrência dos dois lados e será investigado por inquérito com base na lei 120948/2001, que penaliza atos discriminatórios e impõe penalizações que vão de advertências a multas.
“(…) nós não fazemos convites homossexuais. Seria bacana você procurar uma papelaria que atenda sua necessidade”, respondeu por mensagem um dos representantes da empresa Jurgenfeld Ateliê de Pederneiras, ao conversar com Henrique Nascimento, um dos noivos. Após o posicionamento, Henrique e o noivo Wagner Cardoso registraram B.O. no 73.o DP de Jaçanã, SP, por crime de LGBTfobia; o caso foi distribuído para a delegacia de repressão aos crimes contra a diversidade sexual e de gênero para investigações.
Os donos da empresa de convites postaram justificativa no perfil da empresa que, rapidamente, ganhou milhares de curtidas (mais de 10 mil até ontem) e apoio inclusive do deputado federal Nikolas Ferreira (PL). Eles agradeceram as manifestações de solidariedade e disseram “honrar Cristo e seus fundamentos” para negar a confecção dos convites para o casal gay. Em vídeo nas redes sociais, os empresários falaram ainda em “questão de princípios” e argumentaram: “(…) nós temos que aceitar aquilo que elas (as pessoas) são, mas as pessoas não podem aceitar que nós fazemos dessa maneira”.
A delegacia de polícia de Pederneiras também foi procurada pelo casal que é dono da empresa de convites para o registro de um B.O. No documento, é informado que o casal está sofrendo ameaças desde que o fato ganhou repercussão nas redes sociais e na mídia em geral, e que vem sendo vítima de ‘heterofobia’ por causa disso tudo. Polêmico, o episódio promete muito mais repercussão e debates.
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