ENTIDADES EDUCACIONAIS PEDEM SUSPENSÃO DAS AULAS PRESENCIAIS

Audiência Virtual discutiu a revogação imediata do Decreto Municipal e a suspensão das aulas presenciais em Bauru. (Foto: Assessoria de Imprensa Câmara Municipal de Bauru)

A Câmara Municipal de Bauru realizou na quarta-feira, dia 30 de junho, por iniciativa da vereadora Estela Almagro (PT), uma Audiência Pública Virtual para discutir a revogação imediata do Decreto Municipal n.º 15.245/21 e a suspensão das aulas presenciais em Bauru, devido às taxas de contaminação pelo novo coronavírus.

A audiência contou ainda com a presença, por videoconferência, da secretária municipal de Educação, Maria do Carmo Kobayashi; do secretário municipal de Saúde, Orlando Costa Dias; do diretor do Departamento de Saúde Coletiva (DSC), Ezequiel Santos, e de representantes das entidades civis organizadas de Bauru.

Também participou do encontro, de forma virtual, o vereador Serginho Brum (PDT).

O coordenador do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), Marcos Chagas, defendeu a suspensão até que a comunidade escolar seja completamente vacinada. “As decisões [de retorno presencial] negam os fatos e a realidade para uma falsa normalidade”, comenta o professor, argumentando que “os protocolos de biossegurança são paliativos”.

A diretora da Escola Municipal, Yara Moraes Rapini Zalaf, além de também posicionar-se pela suspensão, pondera a ineficácia do ensino presencial como vem sendo feito, de modo híbrido e sem a assiduidade por parte dos alunos, que devido aos protocolos e aos riscos, muitos preferem não se expor.

A diretora também falou das constatações de síndrome gripal em alunos, envio de termômetros defeituosos e um número muito maior de profissionais para atender poucos alunos, sendo cerca de 60 funcionários para menos de 30 crianças e adolescentes por período.

Sobre o não cumprimento dos protocolos, a professora da rede municipal de ensino, Iara Cristina da Costa, denunciou a realização de festas juninas, apresentando imagens de crianças próximas e de mãos dadas.

A secretária municipal de Educação, Maria do Carmo Kobayashi, argumentou que as normas estão sendo seguidas e que, até o momento, não havia nenhuma denúncia do tipo. Também declarou que as decisões são tomadas em alinhamento com o Plano São Paulo, do Governo Estadual, e com as decisões da Justiça.

Da mesma forma, o secretário municipal de Saúde, Orlando Costa Dias, reforçou que os protocolos estão sendo seguidos. Ezequiel Santos, diretor do Departamento de Saúde Coletiva (DSC), apresentou os dados da pandemia do novo coronavírus no município e ponderou condições favoráveis ao retorno: “trabalhamos com bases científicas”.

Melissa Lamônica, do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Bauru (Sinserm), considerou as decisões do Executivo como arbitrárias, sem abertura para os posicionamentos da comunidade escolar. A mesma observação foi feita pelo coordenador da Subsede da CUT Bauru, Itamar Calado.

O presidente da Associação de Moradores da Comunidade da Pousada da Esperança Recreativa, Ricardo Alexandre Pereira, também diz que as ações vão de desencontro com a realidade. “Estão vendendo uma imagem que não existe. Venham na periferia”, diz o líder que, como pastor, solenizou 23 velórios. “Morreram 700 pessoas no primeiro semestre, quantas pessoas vão morrer no segundo?”, completa o líder da comunidade.

Por outro lado, a representante dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), Rose Lopes, ponderou como fundamental a necessidade de socialização e aprendizagem em ambientes escolares de crianças e adolescentes, sendo primordial a manutenção das aulas presenciais.

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