“Nunca vi isso na minha vida”, espantou-se o vice-prefeito Tuco Bauab ao chegar à estação de transbordo da prefeitura de Jaú na manhã desta 2.a feira (29), e dar de cara com uma montanha de lixo que já invadiu até a estrada rural de acesso ao local. “Não consigo chegar no portão da minha empresa. Os caminhões não podem sair, porque não conseguem passar por ali”, reclamou o empresário Gino Moretto, dono de uma empresa de transporte de ferro-velho nas proximidades do lixão de Jaú.
As reclamações são muitas, inclusive de chorume que escorre do lixo e infiltra no solo. “O chorume está invadindo todas as propriedades da região. Se nós deixamos vazar óleo do tanque do caminhão na estrada, temos de pagar multa. E esse chorume aí, ninguém vê, não?”, indigna-se o empresário Gino, que também não poupa críticas ao prefeito Jorge Ivan Cassaro. “Esse prefeito nosso é muito folgado, nem aparece aqui pra tomar providências. Tem que multar esse prefeito, não a prefeitura, porque aí quem vai pagar somos nós. Ele devia cuidar do jardim da casa dele, porque já provou que não sabe cuidar da cidade”.
Basta olhar a situação do lixão que virou a estação de transbordo, com detritos acumulados há cerca de 10 dias sem remoção, forte mau cheiro e uma imensidão de urubus em cima, para compreender a revolta das pessoas. “Contrataram uma empresa emergencialmente para fazer o serviço, que devia ter começado na segunda-feira passada e não apareceu no local ainda. Falta logística, falta capacidade de gestão para enfrentar e resolver esse problema”, disse o vice-prefeito Tuco na manhã de hoje. Ele falou que o vereador Chupeta, do mesmo partido que ele, faria novas representações ao Ministério Público (MP) e à Cetesb, “em busca de providências urgentes”.
Tuco calculou que o local está “com mais de cinco mil toneladas de lixo acumuladas”, e diariamente recebe cerca de 110 a 150 toneladas a mais, resultado da coleta domiciliar. A empresa anteriormente contratada pela prefeitura para fazer o transbordo do lixo para o aterro sanitário de Piratininga não vinha cumprindo o contrato e, apesar de ter renovado com a prefeitura, acabou sendo dispensada; o município assinou contrato com outra no dia 19, com dispensa de licitação. São cerca de R$ 2,5 milhões para fazer o serviço que devia ter começado dia 22, mas que não teve início.
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