Epidemia de dengue dispara, ultrapassa os 2 mil casos e mata 5 pessoas na cidade

Dengue avança, mas áreas públicas como a Piscina Municipal, em reforma desde 2021 na região central da cidade, estão inclusive com água parada: prato cheio para a procriação do mosquito transmissor da doença (FOTO extraída de ação judicial contra a Prefeitura)

A epidemia de dengue fugiu totalmente do controle da Secretaria da Saúde de Jaú. Os números divulgados no último boletim da Vigilância Epidemiológica assustaram: já são 2.070 casos confirmados da doença neste ano, há ainda 2.738 suspeitos que estão sob investigação dos serviços de saúde e cinco pessoas morreram até agora por causa da dengue.

A evolução da doença em Jaú foi geométrica: dia 8 havia 775 casos confirmados, no dia 15 eram 896, semana passada a cidade estava com 1.437 e nos últimos 7 dias foram mais 633, média de 90,4 por dia. Apesar disso, as ações de combate à dengue executadas pela Secretaria da Saúde são tímidas e de metodologia desconhecida pelo Departamento Regional de Saúde (DRS) de Bauru, conforme documentos oficiais já tornados públicos.

O assunto foi comentado na sessão da 2.a feira 29 da Câmara Municipal pelos vereadores da oposição, visto que a base governista se mantém calada toda vez que um tema atinge a administração do prefeito Ivan Cassaro e se torna politicamente constrangedor. Luizinho Andretto (Podemos), por exemplo, questionou os critérios para aplicação do ‘fumacê’, o veneno que mata mosquitos transmissores da dengue adultos.

Lixo e entulho estão espalhados por terrenos baldios e áreas públicas: relaxo da fiscalização municipal (FOTO: Reprodução HoraH)

“A Saúde me informou que não é possível determinar uma estatística precisa dos bairros com maior número de casos. Quer dizer que a pessoa que procura atendimento com sintomas de dengue não informa onde mora, para que sejam intensificadas ações de combate ao mosquito naquela região da cidade?” – pronunciou o vereador. Ele também falou de subnotificação, pois a Saúde deixou sem resposta pergunta sobre relação de casos de dengue em pessoas que buscam atendimento médico particular.

José Carlos Borgo (PDT) disse que ao invés de se preocupar com a dengue, o governo Ivan promove enxurrada de nomeações de comissionados às vésperas da eleição. “Saiu no último Jornal Oficial a exoneração de um diretor estratégico com salário de R$ 4.190 por mês e a nomeação imediata da mesma pessoa no cargo de assessor, ganhando R$ 6.875 – um aumento de R$ 2.875. Tem outro: diretor executivo que ganhava R$ 4.060 e que foi nomeado como assessor, com R$ 6.875. Esse aqui, apadrinhado de vereador” – desabafou.

Nenhum vereador da base se manifestou sobre o crescimento da epidemia da dengue nem saiu em defesa da administração Ivan Cassaro. Tão logo o assunto foi divulgado por HORAH em programa transmitido diariamente por áudio e vídeo nesta 3.a feira 30, a audiência passou a mandar mensagens com denúncias de locais públicos e terrenos baldios com lixo e entulho, de famílias inteiras que contraíram dengue nos últimos dias em Jaú, do atendimento precário nos postinhos de saúde e de críticas explícitas à letargia do governo municipal.

Último boletim da dengue divulgado pela Saúde em Jaú (FOTO: Documento oficial/Reprodução)

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