Espionagem: vereadores fazem representação ao GAECO para apuração de denúncias

Todos os vereadores assinaram a Representação ao GAECO (FOTO: Reprodução documento oficial)

Todos os vereadores à Câmara Municipal de Bauru subscreveram Representação de Notícia Crime aos promotores do GAECO, grupo especializado no combate ao crime organizado, para apuração de denúncias sobre espionagem de desafetos da administração municipal por um hacker de Araçatuba em 2021. O caso foi denunciado na tribuna da câmara nesta semana pelo vereador e advogado Eduardo Borgo e imediatamente ganhou grande repercussão na mídia.

A representação pede ao GAECO Bauru a requisitação do “compartilhamento das investigações da Operação Raio-X, que apura a conduta criminosa de Patrick César da Silva Brito”, o hacker que teria sido contratado para fazer uma devassa na vida pessoal “de agentes políticos, dentre os quais enquadra-se a vereadora Estela Almagro”. Um dossiê formalizado pelo próprio hacker, ao qual o vereador Borgo teve acesso, o contratante teria sido Walmir Vitorelli, casado com a irmã da prefeita de Bauru, Suéllen Rosim.

Vereadora Estela Almagro confirmou que teve redes sociais invadidas, logo após vereador Borgo fazer a denúncia na câmara (FOTO: Reprodução TV Câmara)

A finalidade seria a de encontrar fatos que desabonassem a vereadora Estela, cujo trabalho de fiscalização do Poder Executivo estaria incomodando os aliados da prefeita. Estela confirmou na câmara que teve as redes sociais “de fato invadidas e rackeadas, ficando pelo período de quatro meses” sem acesso a elas, sendo restabelecida “após ação judicial”. Isso tudo teria ocorrido quando ela “denunciava as malfadadas desapropriações da ordem de quase 40 milhões de reais promovidas pela prefeita Suéllen com recursos da Educação, com diligências diárias transmitidas por suas redes”, diz a representação ao GAECO.

HORAH noticiou os fatos após denúncia apresentada por Borgo na sessão da câmara de 2.a feira 23. Além de Estela, outra vítima da ação criminosa do hacker teria sido o jornalista Nelson Itaberá Gonçalves, de um site de notícias que divulgava as ações da vereadora. Ontem à tarde, dois dias após a denúncia na câmara, Suéllen se manifestou por meio de nota à imprensa e negou qualquer envolvimento com espionagem e com o hacker, ameaçando inclusive ingressar judicialmente contra quem insinuasse qualquer ligação dela com os fatos. A nota não fez qualquer menção ao cunhado Walmir.

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