‘Esquecido’ no ônibus – AÇÃO CONTRA PREFEITURA PEDE INDENIZAÇÃO E TRANSPORTE ESPECIAL À APAE

Débora e o filho Davi, 'esquecido' em ônibus pela prefeitura de Jaú (FOTO: Reprodução/Facebook)

MENINO QUE FICOU 4 HORAS TRANCADO NO ÔNIBUS EM ABRIL CONTINUA TRAUMATIZADO E SEM FREQUENTAR INSTITUIÇÃO; veja mais

A prefeitura já foi citada pela Justiça de Jaú e está no prazo para apresentar defesa sobre o ‘esquecimento’ de um aluno da Apae dentro do ônibus, por 4 horas seguidas, em 14/4. O advogado Cleison Helinton Miguel ingressou com ação de indenização contra o município em 26/5 e fala em “danos irreversíveis” à criança de apenas 8 anos. “O Davi continua traumatizado, associa o barulho de qualquer veículo passando na rua ao ônibus em que ele foi ‘esquecido’ e por isso não foi mais à Apae, que era a única chance que ele tinha de algum desenvolvimento”, explicou.

Advogado Cleison Miguel, de Ribeirão Preto, atua no caso (FOTO: Reprodução/Facebook)

A mãe do menino, Débora Evelyn Carvalho, já havia relatado esse trauma em entrevista anterior ao HORAH. Como a família não tem condições de garantir o transporte à Apae, a criança está ficando em casa. “Além das questões relacionadas às indenizações evidentes, e como a prefeitura nada fez, pedimos uma liminar para que ela fornecesse um carro para levar o Davi à instituição. Tivemos o parecer favorável do Ministério Público, mas ainda assim a Justiça entendeu que algumas provas não foram produzidas e negou nosso pedido nesse momento”, disse o advogado.

Ele não descarta refazer a solicitação assim que a Apae informar que o menino não está mais frequentando as aulas, que sofre com problemas de saúde, tem um transtorno que praticamente impede a comunicação dele, possui dificuldades de visão e está deixando de receber auxílio psicológico, médico e do aprendizado que a instituição pode proporcionar. A ação judicial contra a negligência da prefeitura de Jaú tem a mãe Débora e o pequeno Davi como autores, corre sob sigilo de justiça e ainda deverá ouvir testemunhas, antes do julgamento de 1ª instância, aguardado para “daqui a 6 a 8 meses”, estima Cleison.

Por ter havido pedido de liminar e por envolver menor, o caso tem prioridade legal e segue mais rápido que os demais processos. “Nossa maior preocupação hoje é o de garantir o transporte do Davi, porque ele está ficando em casa. Estamos falando de uma criança especial que sofreu um trauma irreparável e que perdeu a única chance de desenvolvimento, que é através da Apae, por um dano que a prefeitura causou”, finalizou Cleison Miguel.

O caso também é acompanhado pela câmara municipal de Jaú. Requerimento da oposição solicitou informações à prefeitura sobre as providências tomadas no ‘esquecimento’ do menino dentro do ônibus, quem eram os monitores de trabalho naquele dia, qual a formação dessas pessoas (há suspeita de que eram recreadores e não monitores treinados) e se os fatos já foram devidamente apurados por competente processo administrativo. O ‘esquecimento’ de Davi também foi registrado em boletim de ocorrência policial.

HORAH – A VERDADE DOS FATOS