“Eu nem passo mais por ali”, diz mulher picada por escorpião na rodoviária

Maria Beatriz foi picada por escorpião dentro da estação rodoviária de Jaú, no Centro (FOTO: Arquivo pessoal/Reprodução HoraH)

Maria Beatriz estava em frente ao guichê dos ônibus quando sentiu “como se tivesse um prego no pé”, olhou e viu que era um escorpião; local é público e devia “ser mantido limpo, organizado”, desabafa

A cuidadora de idosos Maria Beatriz Gomes do Amaral, 26 anos, sentiu a pior dor da vida dela quando foi picada por um escorpião no local mais inusitado possível: a estação rodoviária de Jaú, que já foi cartão postal arquitetônico da cidade e fica no Centro, a uma quadra da Prefeitura. “Eu estava de sandália rasteirinha e, quando pisei, senti uma dor como se tivesse um prego no meu pé; olhei e vi que era um escorpião”, contou para o HORAH. “Foi a pior dor que eu já senti”.

Cuidadora de idosos, Maria Beatriz saiu do serviço e ia tomar o ônibus de volta para casa, quando foi picada pelo escorpião (FOTO: Arquivo pessoal/Reprodução)
“Foi a pior dor que eu já senti”, disse a mulher ao HORAH; atendimento foi feito na Santa Casa (FOTO: Arquivo pessoal/Reprodução)
Usuários da rodoviária que estavam por perto ajudaram a acudir Maria Beatriz, inclusive recolhendo o escorpião em uma garrafa plástica (FOTO: Reprodução)

O susto e o grito de dor fizeram as pessoas correrem para ajuda-la. “Um homem pegou o escorpião com uma garrafinha de refrigerante, os taxistas também ajudaram, mas mesmo com dor eu peguei o ônibus e fui para a Policlínica no Pedro Ometto, que fica perto da minha casa. Quando cheguei já não estava sentindo direito a perna, estava adormecida e com aquela dor que eu não conseguia pisar no chão”, relatou. Os médicos da base do SAMU instalada no local imediatamente verificaram os sinais vitais de Maria Beatriz e a transferiram para a Santa Casa, onde foi medicada. “Tive muita dor por uns dois dias, mas agora estou bem”, disse.

Sobre o local onde foi picada por um escorpião, Maria Beatriz disse o seguinte: “É um lugar público frequentado por muita criança, por idosos… Já pensou se pica uma criança ou um idoso? Por ser um lugar público deveria ser sempre mantido limpo, organizado, e na rodoviária não está assim”. Depois do que aconteceu, a cuidadora falou que está cortando volta da rodoviária. “Eu nem passo mais ali. Ou eu vou trabalhar de carro ou de Uber, de ônibus nunca mais (risos)”.

Sem manutenção adequada há anos, a rodoviária de Jaú apresenta danos estruturais, fissuras no concreto, o reboco das paredes está caindo, os banheiros estão interditados para reforma, a fiação está exposta e a iluminação é precária. O abandono do poder público aproximou desocupados e viciados, tornando o local inseguro para os usuários. A falta de limpeza é visível e o mau cheiro constante. Isso porque a rodoviária já foi cartão postal da cidade por causa da arquitetura arrojada, projeto do falecido engenheiro, arquiteto e urbanista João Batista Vilanova Artigas na década de 1970.

Prédio da rodoviária sofre com a falta de manutenção: baldes recolhem água de infiltrações…
Sujeira está por todos os lados, inclusive fezes de pombos…
Mas apesar de tudo, arquitetura do prédio é arrojada e conserva traços belíssimos (FOTOS: Luizinho Andreto/Tem Coisas – Reprodução)

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