Os membros da Comissão Temporária criada na Câmara Municipal de Bauru para acompanhar as investigações do Caso Hacker vão se reunir extraordinariamente nesta 5.a feira 18, às 9h. Na pauta, estará a análise de cópia de inquérito da Polícia de Araçatuba, que tomou o depoimento do hacker Patrick Brito, onde ele confirmou as acusações de que foi contratado para espionar políticos e jornalista em Bauru; documentos encaminhados à comissão pelo próprio hacker por e-mail; e o depoimento do assessor de gabinete da Prefeitura, Leonardo Marcari.
Leonardo foi convocado para depor à comissão depois de ter distribuído à imprensa nota de esclarecimento do cunhado da prefeita Suéllen Rosim sobre as acusações do hacker. Walmir Vitorelli Braga, o cunhado, é o acusado por Patrick de tê-lo contratado e pago para espionar políticos bauruenses que fazem oposição ao governo, a começar pela vereadora Estela Almagro (PT), e o jornalista Nelson Itaberá – que além das redes sociais, teve também a conta bancária bisbilhotada pelo hacker.
“Por que um assessor da prefeita vai dar publicidade de uma nota do cunhado dela? Qual que é o envolvimento dele? Assessor é um cargo da mais estrita confiança. Se o cunhado diz que a prefeita Suéllen não sabia de nada, porque um assessor dela vai distribuir essa nota para a imprensa? Lembrando que a prefeita foi convidada para prestar esclarecimento, assim como o cunhado dela, e não quiseram comparecer à Câmara, o que também chama a atenção” – declarou o presidente da comissão, vereador e advogado Eduardo Borgo, que conduzirá a reunião desta 5.a feira.
FOTO – Outro fato que a comissão vai analisar é o relatório da Polícia Civil indicando que não teve invasão externa ao computador da vereadora Estela, quando uma foto do cunhado da prefeita apareceu estampada na tela, dentro do gabinete dela, após o almoço de 30 de outubro de 2022 – as espionagens do hacker ocorreram em setembro.
Segundo a delegada Priscila Alferes, a perícia mostrou que a imagem foi obtida no sistema intranet da Câmara (ou seja, internamente) e inserida no computador da vereadora. Curiosamente, naquele dia a câmera do corredor da Câmara onde fica o gabinete de Estela estava desligada. A comissão quer saber quem teve acesso ao computador da vereadora naquela data.
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