Hacker que espionou desafetos do governo é solto na Sérvia e será ouvido amanhã

Vereador Borgo com envelopes contendo declarações do hacker, que confirmariam contratação pelo cunhado da prefeita para espionar desafetos políticos em Bauru (FOTO: Reprodução/TV Câmara)

Patrick Brito continua fora do País e a audiência será online; comissão temporária da Câmara de Bauru, que vai ouvi-lo, faz a interlocução com a Polícia e o MP, que investigam denúncias de espionagem contra agentes políticos da cidade

O hacker Patrick César Brito será ouvido pela comissão temporária da Câmara de Bauru nesta 4.a feira 27, às 9h, de maneira online. Ele foi libertado da prisão na última 6.a feira em Belgrado, na Sérvia, mas continua fora do Brasil. Patrick teria sido contratado pelo cunhado da prefeita Suéllen Rosim, Walmir Vitorelli, para bisbilhotar a vida de desafetos do governo e encontrar situações que pudessem desmoraliza-los publicamente.

O hacker Patrick e o cunhado da prefeita de Bauru, Walmir Vitorelli (FOTOS: Reprodução Revista Piauí e web)
Estela Almagro, uma das vítimas da espionagem do hacker (FOTO: Reprodução/TV Câmara)

As provas que podem determinar a contratação e pagamento do hacker estariam guardadas no computador pessoal de Patrick, apreendido quando ele foi para a prisão na Sérvia; com a soltura dele, o equipamento foi liberado e as provas poderão ser acessadas e fornecidas aos vereadores que investigam o caso.

A comissão foi formada a partir das denúncias feitas no plenário da câmara pelo vereador Eduardo Borgo, em novembro, para fazer a interlocução entre a Polícia Civil e o Ministério Público (MP), que também investigam as acusações. Integram a comissão, além do próprio Borgo (Novo), a vereadora Estela Almadro (PT, uma das vítimas da espionagem do hacker), Guilherme Berriel (MDB) e Coronel Meira e Chiara Ranieri (União Brasil).

O hacker surgiu no cenário político de Bauru depois de ter prestado serviço para a polícia de Araçatuba, auxiliando nas investigações de desvio de recursos da Saúde; depois, acabou preso na mesma cidade sob acusação de espionar políticos da cidade; por indicação de um policial, acabou contratado para fazer o mesmo serviço em Bauru, onde, além da vereadora Estela, também teria bisbilhotado a vida do jornalista Nelson Itaberá.

Patrick foi solto agora da prisão na Sérvia porque, segundo as leis daquele país, uma pessoa só pode ficar presa preventivamente por um ano; após isso, se não for levada a julgamento, tem de ser colocada em liberdade provisória, que foi o caso do hacker. Para retornar ao Brasil, entretanto, ele dependerá de autorização judicial naquele país.

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