- PREFEITO DIVAGA SOBRE O TEMA DIANTE DE VEREADORES E CONCESSIONÁRIA: SEM SAÍDA
- SE AUMENTO FOR AUTORIZADO, ACUMULADO EM 5 ANOS VAI PASSAR DOS 64%
O prefeito Ivan Cassaro não apresentou nenhuma proposta oficial como alternativa ao reajuste de 24,38% na tarifa da água, solicitado pela concessionária Águas de Jahu. Reunião realizada na tarde desta 5ª feira (18), na prefeitura, terminou como começou: sem nada de concreto para ser discutido — bem diferente de 6 de abril, quando Ivan subiu o tom de voz e falou duro com o diretor da empresa na cidade, Ivan Mininel. “Não foi possível nem dar uma opinião, porque para isso a gente precisaria saber qual seria a decisão do Executivo. Nós fomos lá sem saber nada e saímos de lá do mesmo jeito”, comentou o vereador José Carlos Borgo, que, como os demais, foi convidado para a reunião. Representantes da concessionária também estavam presentes.
HORAH soube que o prefeito cogitou autorizar cerca de 18% de reajuste para vigorar a partir de 1º de janeiro de 2022 e diluir outros 5,82%, do chamado reequilíbrio financeiro do contrato, em 10 meses – pouco mais de 0,5% ao mês. Contudo, foi advertido por um advogado que a concessão prevê apenas reajustes anuais – logo, essa ideia só emplacaria se o contrato fosse prorrogado por mais 10 anos. “A única coisa que o prefeito deixou claro é que já tem uma equipe da confiança dele para assumir a agência reguladora Saemja no início de dezembro, assim que vencer o mandato do pessoal que está lá. Eu sugeri que ele abrisse uma sindicância pra apurar o trabalho feito até agora e ele disse que sim”, acrescentou Borgo.
O vereador Luizinho Andretto fez observações semelhantes, falou que uma das ideias da equipe de governo foi de “contratar uma empresa especializada para tentar achar brechas e romper o contrato” da água, mas que, de prático, não aconteceu nada. “Vamos aguardar a decisão do prefeito, porque isso compete somente a ele”, disse. “De fato, quem tem que decidir é o Executivo, não passa pela Câmara”, afirmou Borgo. Ambos lamentaram o fato de se fazer reunião sobre tema que mexe tanto com a economia popular, sem apresentação de proposta oficial para abrir a possibilidade de uma negociação com a concessionária.
Nos últimos 4 anos a Águas de Jahu acumulou mais de 40% de reajuste na tarifa. Se forem autorizados os 24,38% deste ano, serão mais de 64% em 5 anos, contra 25% de inflação desse mesmo período. Nada subiu tanto. No dia 11, nota distribuída pela Secretaria de Comunicação da prefeitura de Jaú informou que “(…) o prefeito não pode aceitar o reajuste e solicitou que a concessionária realize novos estudos”. O que se viu hoje, porém, foi total descompasso entre poder concedente e concessionária, nenhuma proposta para negociar nem musculatura suficiente do Executivo para enfrentar uma eventual batalha judicial. Melhor preparar o bolso.
HORAH – Você sabe das coisas
