OBRA NÃO ACABA, PREFEITO CULPA PROJETO E POPULAÇÃO SOFRE CONSEQUÊNCIAS

Enquanto obras demoram, asfalto afunda e 'engole' carros (FOTOS: Reprodução web)

VEREADORES SE SURPREENDEM, PEDEM NOVAS INFORMAÇÕES E CASO DEVE IR AO MINISTÉRIO PÚBLICO

 

Iniciada na metade de 2020, acrescida de R$ 1,2 milhão em junho deste ano e agora na fase final, a obra de drenagem do Jardim São Crispim não vai resolver o problema. A opinião é do prefeito Ivan Cassaro ao vistoriar os serviços esta semana, segundo o site Plantão de Notícia. A declaração causou indignação nos moradores e surpresa entre vereadores ouvidos pelo HORAH. Alegando problemas no projeto, a intenção de Ivan é aguardar a entrega da obra para ver depois como “corrigir eventuais falhas”.

O vereador Luizinho Andretto disse que o prefeito “não pode se eximir de culpa”, visto que “deu um aditivo de mais de R$ 1,2 milhão para continuidade das obras, portanto tinha conhecimento do projeto, sabia como estava sendo feito e, no mínimo, era pra estar acompanhando”. Ele falou que é o mesmo que começar a construção de uma casa, reajustar o salário dos pedreiros no meio da obra e, na hora de pôr o telhado, “ver que está tudo torto e querer jogar a culpa no projeto”.

Chuva desta 5.a feira (18) agravou problemas nas ruas do Crispim (FOTO: Reprodução web)

Luizinho fará novos questionamentos pela Câmara e levará o caso “ao conhecimento do Ministério Público, porque tudo indica malversação do dinheiro público”. Os vereadores Borgo e Chupeta também cobram informações: o primeiro, porque não obteve todas as respostas pretendidas inicialmente; Chupeta quer saber de obras complementares previstas anteriormente. “Esse projeto que está sendo executado é para acabar com a inundação na última rua do bairro; agora vai precisar de outra obra para desviar a água que vem dos bairros pra cima do Crispim. Isso já era do conhecimento da prefeitura”, explicou o vice-prefeito Tuco Bauab, que cobra os serviços desde quando era vereador.

Asfalto afundou e carro da professora Marta precisou de guincho pra ser removido (FOTO: Reprodução)

A obra que começou, parou para reavaliação na transição de governo e, conforme Ivan, “do jeito que vai, não termina até dezembro”, acumula queixas e problemas. Em setembro, um trabalhador morreu no desmoronamento de uma valeta; na estiagem, a poeira foi o problema; na chuva, o barro e afundamentos no asfalto que danificaram ao menos 3 carros. “Hoje cedo eu ia levar meu esposo ao trabalho e simplesmente o asfalto afundou. Parecia uma casca de ovo com um buraco embaixo, que engoliu a roda de trás do carro. Tive que acionar o seguro e chamar guincho pra retirar o carro”, contou a professora Marta ao HORAH.

Em abril de 2019, enxurrada arrastou carro: prejuízo e tanto (FOTO: Reprodução/TV Record)